Professores e alunos da UFRA discutem maneiras de participar da preparação para a COP30

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Professores e alunos da Ufra discutem maneiras de participar da preparação para a COP30
O encontro foi promovido em parceria com a Comissão de Direitos Humanos da Alepa. Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)

O papel da comunidade discente da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) nos debates preparatórios para a COP30 levou a Fundação Perseu Abramo a realizar um debate nesta sexta-feira (9), em Belém. O encontro foi promovido em parceria com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), presidida pelo deputado Carlos Bordalo (PT).

Professores e alunos da Ufra discutem maneiras de participar da preparação para a COP30
Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)
A Fundação está realizando debates preparatórios nos nove estados da Amazônia Legal. As iniciativas são voltadas ao envolvimento de entidades, movimentos sociais e comunitários, além de grupos sindicais, estudantis e pessoas que estão envolvidas nas ações pré COP30. Já foram realizadas reuniões no Acre e Rio Branco, sobre a defesa da floresta dentro dos conceitos de um desenvolvimento sustentável. Já em Roraima, a reunião discutiu a presença e voz dos trabalhadores em um processo de desenvolvimento com direitos. Em Belém, a Ufra foi escolhida para debater com o movimento estudantil e a juventude.
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Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)

“Escolhemos a UFRA por ser a mais antiga da Amazônia e por ter conhecimento profundo dos desafios ambientais locais e uma visão privilegiada sobre soluções sustentáveis necessárias”, explicou Naiara Torres, diretora da Perseu Abramo e graduada pela Ufra em Engenharia de Pesca. A jovem também é mestranda e doutora em Ecologia Aquática e servidora da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). No debate haviam estudantes da Ufra de Belém, Tomé-Açu, Capitão Poço e Capanema.

Para o deputado Carlos Bordalo (PT), a COP30 é um grande desafio para os povos da Amazônia. O parlamentar saudou a todos em nome do Poder Legislativo e do presidente Chicão, e disse que o desmatamento na Amazônia, particularmente no Pará, é uma preocupação séria. Bordalo acredita que os impactos ambientais são devastadores para a biodiversidade, ao clima global e até nas comunidades locais.

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Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)

De Brasília, por teleconferência, Olmo Borges Xavier apresentou um quadro de como está sendo feito o planejamento e realizada a estruturação da cidade para o evento. O diretor de projetos e responsável pelas obras de infraestrutura de estruturação de Belém para receber a COP30 é da Secretaria Especial da Presidência da República, e destacou a liberação de recursos para obras de infraestrutura a partir dos pedidos do prefeito Edmilson Rodrigues e do governador Helder Barbalho.

Olmo informou ainda sobre como está sendo equacionada a situação da hospedagem em Belém, com uso de dois navios cruzeiros para a geração de 3.500 quartos de alto nível e do estímulo à adesão do aluguel de temporada. “Em Belém, já houve um aporte de mais de 500 milhões de reais para as parcerias com a prefeitura”, disse. Na avaliação de Xavier, Belém no período pós-COP30 estará em outro patamar de desenvolvimento socioeconômico, sobretudo nas áreas do turismo e da bioeconomia.

Para o representante do governo federal, o foco da COP30 em Belém será para discutir a crise das Mudanças Climáticas no mundo. “Não vai discutir em específico cidades, desmatamento, queimadas, floresta, mas vai sim, discutir tudo isso no âmbito das mudanças climáticas”, pontuou Olmo.

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Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)
Crise do clima e a existência humana

A professora Edilza Fontes, secretária adjunta da Secretária de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (SeirDH), informou que a COP30 vai trazer delegações do mundo todo, e presidentes e chefes de Estado vão produzir um documento para abordar maneiras para o não aprofundamento da crise climática no mundo que poderá a levar a consequências muito mais graves. “Não é sobre o Brasil, nem sobre a Amazônia e muito menos sobre Belém é sobre o mundo, sobre a existência humana”.

No entanto, para a professora, ao discutir a crise do clima irá se discutir a Amazônia. “Ainda somos uma área de reserva para o mundo, que pode conter a crise climática”. Ela ainda abordou o legado em termos de projetos de soluções e abordagens que a COP30 vai deixar, para o país e para o mundo.

Do ponto de vista institucional, Fontes anunciou que em breve o Executivo enviará ao Poder Legislativo estadual dois projetos: o projeto Bio (Bio-Economia do Pará), envolvendo várias cadeias produtivas e remodelando a economia do Estado quanto à Biodiversidade; e o que dispõe sobre o ingresso do Estado no REDD+, que possibilita o Pará negociar créditos de carbono certificados e que podem ser comercializados – o que representa certa quantidade de gases de efeito estufa (GEE) medida em tonelada de CO2 que deixou de ser emitida ou foi removida da atmosfera.

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Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)

Já João Claudio Arroyo, secretário de planejamento e gestão da prefeitura municipal e Coordenador da COP30 em Belém, o principal desafio da capital é de afirmar sua identidade como cidade e como urbanidade amazônida. “Estamos construindo um legado de infraestrutura de 400 milhões de investimentos em obras para antes, durante e depois da COP”.

Para ele, no entanto, o principal é o legado da identidade cultural e econômica. “É preciso dar valor ao que é peculiar, nossa comida, frutas, nossa arquitetura e riquezas naturais e paisagísticas, assumindo o que somos e que temos, valorizando e internalizando nossas riquezas”, disse. Quanto ao legado físico, citou as obras em andamento da Macrodrenagem do Canal do Mata Fome, a revitalização do Complexo do Ver-o-Peso e do Mercado de São Brás.

Professores e alunos da Ufra discutem maneiras de participar da preparação para a COP30
Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)
No desenrolar do evento, várias lideranças estudantis, da UNE, DCE-UFPA e União de Centro Acadêmico da Ufra se tornaram os principais protagonistas no debate em torno da participação dos estudantes nas preparações para a Conferência do Clima em Belém, marcada para novembro de 2025.

 

Crédito: Ozéas Santos (AID/ALEPA)
Reportagem: Carlos Boução- AID - Comunicação Social

Edição: Natália Mello - AID - Comunicação Social