Pujol tornou pública a insatisfação de militares com uso político das Forças Armadas por Bolsonaro

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Pujol tornou pública a insatisfação de militares com uso político das Forças Armadas por Bolsonaro

Ao afirmar que os militares não querem participar da política e não querem que ela entre nos quartéis, o comandante do Exército, Edson Pujol, externou publicamente, de forma sutil e discreta, a insatisfação dos militares com o uso político que o presidente Jair Bolsonaro tem feito das Forças Armadas.

A avaliação foi feita ao blog por interlocutores de militares da ativa, que destacavam o fato de o general Pujol não ter recuado de suas palavras, ao repetir nesta sexta-feira (13) que as Forças Armadas são uma instituição de Estado e não de governo e que não devem se envolver em questões políticas.

Para esses interlocutores, o comandante do Exército mandou o seu recado “sutil e discretamente”, bem “a seu estilo”, para não causar “estridências”, mas buscando sinalizar para dentro dos quartéis que os comandantes das Forças Armadas, militares da ativa, não concordam com o que o presidente vem fazendo.

Em mais de um momento, Bolsonaro sinalizou que as Forças Armadas seriam seu escudo para enfrentar crises políticas.

Os militares da ativa ficaram particularmente irritados com as declarações do presidente Bolsonaro dizendo que, quando acaba a saliva da diplomacia, tem de ter pólvora, o que soava como uma ameaça de guerra contra os Estados Unidos.

Era um comentário sobre uma fala do democrata Joe Biden, sem citá-lo nominalmente, de que se o Brasil não fizer ajustes na sua política ambiental pode sofrer sanções econômicas.

Para os militares, o Brasil iria virar, como virou, motivo de piadas e chacotas dentro e fora do país.

Recentemente, as Forças Armadas também não gostaram da forma como presidente Bolsonaro tratou os ataques do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao general da reserva e articulador político do governo, Luiz Eduardo Ramos. O general foi chamado de “Maria fofoca” e Bolsonaro, apesar de prestigiá-lo com gestos, não deu uma declaração pública sobre o episódio.

Outro episódio recente que pegou mal entre os militares foi o presidente Bolsonaro ter desautorizado publicamente o ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, no episódio da assinatura do protocolo de intenções para compra da vacina desenvolvida na China, a coronavac, dentro de sua guerra política com o governador de São Paulo, João Doria.

Fonte: G1

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