Moscou | Em um discurso que acendeu alertas globais, o presidente russo Vladimir Putin afirmou no domingo (04) que “espera não precisar usar armas nucleares” no conflito contra a Ucrânia, mas reforçou que a Rússia “não recuará em defender seus interesses”. As declarações foram feitas em um filme da TV estatal sobre seus anos no poder, intitulado “Rússia, Kremlin, Putin, 25 anos”.
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A fala ocorre em meio a avanços ucranianos no sul (contra-ofensiva em Kherson) e pressões ocidentais com novas armas.
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Putin justificou a mobilização militar parcial na Rússia como “defesa contra ameaças existenciais”.
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O Ocidente interpreta o comentário nuclear como um alerta estratégico para dissuadir apoio à Ucrânia.
O Que Putin Disse Exatamente?
“Nossos princípios são claros: proteger a soberania russa e o povo do Donbass. Espero que não haja necessidade de recorrer a medidas extremas, mas nossas armas estratégicas estão prontas. Não estamos blefando.”
Pontos-chave:
✔ “Espero não precisar” → Sugere que o uso nuclear não está descartado.
✔ “Armas prontas” → Reforço da dissuasão militar.
✔ “Não blefamos” → Alusão a testes recentes de mísseis Sarmat (Satan-2).
Reações Internacionais
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OTAN: Secretário-geral Jens Stoltenberg alertou para “consequências graves” se houver uso nuclear.
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EUA: A Casa Branca afirmou que “qualquer ameaça nuclear é irresponsável”, mas evitou especular sobre intenções reais.
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Ucrânia: Zelensky acusou Putin de “terrorismo nuclear” para “assustar o mundo” e ganhar vantagem.
Risco Real ou Estratégia de Medo?
Analistas divergem:
🔴 Cenário Crítico: Se a Rússia perder territórios vitais (como Crimeia), Putin pode usar táticas nucleares táticas (baixo poder) para forçar negociações.
🟢 Cenário Improvável: Ameaças seriam “jogo psicológico” para desunir a OTAN e frear armamentos à Ucrânia.
O Mundo no Fio da Navalha
Putin mantém o equilíbrio entre ameaça e contenção, mas sua retórica nuclear aumenta riscos de erro de cálculo. Enquanto a guerra se prolonga, a comunidade internacional observa com apreensão se o Kremlin cruzará — ou não — o limite nuclear.