Ana Lidia, morta em 1971. Ditadura Militar no Brasil em pleno vapor, número de presos políticos, exilados, mortes e desaparecidos só aumentava e a imprensa terrivelmente censurada.
Ana Lidia foi vista saindo da escola acompanhada de um homem, depois mais duas pessoas a veem pela última vez, uma delas ver Ana Lidia entrando em um taxy vermelho (Fusca). Depois disso foi encontrada morta.
O corpo de Ana Lídia estava numa vala rasa no cerrado próximo ao Centro Olímpico da UnB. A menina foi enterrada nua, de bruços e com a face comprimida contra o chão. O local era praticamente deserto. A perícia constata que antes de ser assassinada, Ana Lídia foi torturada, seus cabelos loiros foram cortados de forma irregular, bem rente ao couro cabeludo. Os cílios da metade interna da pálpebra superior esquerda foram arrancados. Havia escoriações e manchas roxas por todo o corpo, sinais de que ela foi comprimida ou arrastada pelo cascalho.
O laudo do exame cadavérico, realizado em 12 de setembro, constata que Ana Lídia foi estuprada depois de morta, por apresentar lesões características post-mortem. A vagina e o ânus ficaram dilacerados. No local foram encontradas duas camisinhas usadas e papel higiênico com esperma. Laudos do Instituto de Medicina Legal e do Instituto de Criminalística comprovariam depois que os espermas eram de uma mesma pessoa. Ana Lídia foi morta entre 4h e 6h da manhã do dia 12 por asfixia. Ela teve o rosto comprimido contra a terra, sem chances de respirar pela boca e nariz. Ela passou 17 horas com o assassino.
SUSPEITOS
– Raimundo Lacerda Duque trabalhava com a mãe de Ana Lídia, e era amigo da família. Alcoolatra, viciado em droga.