Declarações recentes do candidato à Presidência Jair Bolsonaro deixou em alerta o Ministério Público Federal (MPF). O líder nas pesquisas na corrida ao Planalto sinalizou que, caso seja eleito presidente, não vai reconduzir ao cargo a atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Nos bastidores, procuradores se movimentam para tentar garantir que ele siga a lista tríplice, votada pela categoria, que recomenda nomes para o posto mais importante do MPF. O mandato de Dodge termina em setembro do próximo ano.
Pela legislação, o procurador-geral da República fica no cargo por dois anos, mas pode ser reconduzido por um novo período, a critério do presidente da República. Em abril deste ano, Dodge denunciou Bolsonaro pela prática de racismo, devido a um discurso ofensivo contra quilombolas feito pelo deputado durante palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro.
Ao levar o caso ao Supremo, a procuradora afirmou que “Jair Bolsonaro tratou com total menosprezo os integrantes de comunidades quilombolas. Referiu-se a eles como se fossem animais, ao utilizar a palavra arroba”, disse.