Um relatório da Human Rights Watch revelou graves abusos sofridos por 252 migrantes venezuelanos deportados pelos Estados Unidos e enviados para a mega prisão de Nayib Bukele em El Salvador. O documento, intitulado “Eles Chegaram ao Inferno”, traz relatos de tortura, estupros e espancamentos diários dentro do Centro de Confinamento de Terroristas (Cecot). As evidências incluem fotos de detentos com fraturas, dentes quebrados e cicatrizes causadas por tiros de bala de borracha à queima-roupa.
Os migrantes haviam sido detidos sob acusações de ligação com o grupo criminoso Tren de Aragua, após uma decisão do presidente Donald Trump baseada na Lei de Inimigos Estrangeiros. Eles foram enviados à prisão salvadorenha em março deste ano, onde permaneceram por quatro meses em condições desumanas.
Após negociações mediadas pela Igreja, um acordo entre Washington, Caracas e San Salvador resultou na libertação dos venezuelanos em julho. Em troca, o governo de Nicolás Maduro entregou dez cidadãos americanos detidos na Venezuela, encerrando um dos episódios mais controversos da atual política migratória dos Estados Unidos.
