Março, o mês do Dia Internacional da Mulher, nos lembra que a luta por igualdade não é um evento isolado, mas uma jornada contínua. O 8 de março não é um dia de flores e chocolate, mas uma data de reflexão e ação. Comemoramos as conquistas das mulheres ao longo da história e, mais do que isso, reforçamos a necessidade de continuar a luta por igualdade de direitos e oportunidades. Ser mulher, se posicionar, ocupar espaços de poder e ser respeitada no meio profissional ainda é um percurso repleto de obstáculos — não por falta de competência, mas porque ainda incomoda ver uma mulher no comando.
Agora, feche os olhos por um instante.
Imagine o Carlos. Ex-vereador. Ex-gestor de governo do Estado. Advogado. Especialista em Direito Público. Experiente em política, em políticas públicas. Ativista pelos direitos humanos. Líder respeitado.
Agora, imagine que Carlos é, na verdade, Carla.
A percepção muda? O que você sente?
Se fosse um homem, ele seria visto como forte, determinado, um líder natural. Mas quando essas mesmas credenciais pertencem a uma mulher, a desconfiança surge: “Será que ela é realmente competente?”, “Como ela chegou até aqui?”.
E não basta tentarem descredibilizar sua capacidade profissional. Quando percebem que não podem nos diminuir pelo que fazemos, atacam nossa vida pessoal.
Quantas vezes vemos mulheres em posições de liderança sendo julgadas não pelo seu trabalho, mas pela sua aparência, suas roupas, sua vida pessoal? Enquanto isso, homens ocupam os mesmos cargos por décadas, sem que ninguém questione sua moralidade ou trajetória. Eles são avaliados por suas realizações. Já as mulheres, por qualquer detalhe que possa ser usado contra elas.
Isso acontece porque ainda há quem acredite que lugar de mulher não é na política, na advocacia, na gestão pública, na liderança. Mas essas pessoas estão erradas.
Estamos aqui porque somos competentes. Porque trabalhamos, estudamos, conquistamos cada espaço. Porque não devemos nada a ninguém.
E não vamos recuar.
Se você já passou por isso, sabe exatamente do que estou falando. Se já tentaram te diminuir, te desmoralizar ou te fazer sentir que o problema era você, então essa também é a sua luta.
Porque ser mulher não deveria ser um ato de resistência. Mas enquanto for, nós seremos resistência. Juntas.