A Teologia da Libertação é uma corrente teológica cristã que surgiu na América Latina na década de 1960, defendendo a opção preferencial pelos pobres e a luta contra a injustiça social. Influenciada pelo Marxismo e pela Igreja Católica progressista, ela se tornou um movimento revolucionário, enfrentando resistência do Vaticano e de governos conservadores.
Neste artigo, exploraremos:
✅ Origem e contexto histórico
✅ Fundadores e principais pensadores
✅ Principais teses da Teologia da Libertação
✅ A reação do Vaticano e a repressão
✅ A Teologia da Libertação na atualidade
Origem da Teologia da Libertação
A Teologia da Libertação surgiu nos anos 1960-1970, em um contexto de:
- Ditaduras militares na América Latina.
- Desigualdade social extrema e exploração dos pobres.
- Influência do Concílio Vaticano II (1962-1965) e da Conferência de Medellín (1968), que incentivaram uma Igreja mais comprometida com os oprimidos.
Seu berço foi principalmente o Brasil, Peru e El Salvador, onde padres e teólogos começaram a interpretar o Evangelho como um chamado à libertação política e econômica.
Fundadores e Principais Pensadores
1. Gustavo Gutiérrez (Peru)
- Considerado o “pai da Teologia da Libertação”.
- Escreveu o livro “Teologia da Libertação: Perspectivas” (1971).
- Defendia que a salvação cristã passa pela transformação social.
2. Leonardo Boff (Brasil)
- Teólogo franciscano, autor de “Igreja: Carisma e Poder”.
- Foi silenciado pelo Vaticano em 1985 por suas críticas à hierarquia eclesiástica.
3. Jon Sobrino (El Salvador)
- Discípulo de Dom Oscar Romero, escreveu sobre Cristologia libertadora.
- Sobreviveu ao massacre da UCA (1989), onde seis jesuítas foram assassinados.
4. Dom Hélder Câmara (Brasil)
- Arcebispo de Olinda e Recife, famoso pela frase:
“Dou pão aos pobres e me chamam de santo. Pergunto por que eles são pobres e me chamam de comunista.”
5. Dom Oscar Romero (El Salvador)
- Arcebispo assassinado em 1980 por denunciar violações de direitos humanos.
- Foi canonizado pelo Papa Francisco em 2018.
Principais Teses da Teologia da Libertação
- Opção Preferencial pelos Pobres – A missão da Igreja é lutar contra a pobreza e a opressão.
- Leitura Marxista da Bíblia – Análise das estruturas de poder que causam desigualdade.
- Igreja como Agente de Mudança – A fé deve se traduzir em ação política.
- Libertação Integral – Não apenas salvação espiritual, mas também justiça social.
- Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) – Grupos de leigos que discutem a Bíblia em chave social.
A Reação do Vaticano
A Teologia da Libertação enfrentou forte oposição da Igreja Católica conservadora:
- Papa João Paulo II e o Cardeal Joseph Ratzinger (futuro Bento XVI) a acusaram de “reduzir o Evangelho a uma ideologia marxista”.
- Em 1984, a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu uma instrução condenando seus excessos.
- Leonardo Boff foi silenciado e deixou o sacerdócio.
Porém, com o Papa Francisco (primeiro papa latino-americano), houve uma reatualização do diálogo, já que ele tem raízes na teologia libertadora.
A Teologia da Libertação na Atualidade
- Influência no Movimento Negro e Feminista – Teólogas como Ivone Gebara abordam gênero e raça.
- Movimentos Sociais – MST, pastorais sociais e lutas por direitos humanos ainda se inspiram nela.
- Papa Francisco – Embora não seja um teólogo da libertação, sua encíclica “Fratelli Tutti” reflete preocupações semelhantes.
Conclusão
A Teologia da Libertação continua sendo uma das correntes mais impactantes do cristianismo moderno, inspirando gerações na luta por justiça social e direitos humanos. Apesar da repressão do passado, seus ideais permanecem vivos em movimentos populares e na Igreja progressista.
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