1. Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878)
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Defensor do Estado Imperial: Sua obra “História Geral do Brasil” (1854-1857) consolidou uma visão elitista e centralizadora, enaltecendo a monarquia e as figuras oficiais como bandeirantes e governantes.
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Método documental: Foi pioneiro na busca por fontes primárias em arquivos portugueses, dando um caráter mais científico à historiografia brasileira.
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Visão eurocêntrica: Valorizou a colonização portuguesa e minimizou conflitos sociais, como a resistência indígena e negra.
2. João Capistrano de Abreu (1853-1927)
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Foco no povo e na formação étnica: Em “Capítulos de História Colonial” (1907), destacou a influência indígena, africana e mestiça na formação do Brasil, contrariando a visão oficial de Varnhagen.
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Abordagem social e econômica: Analisou fatores como o cotidiano dos sertanejos, a escravidão e as dinâmicas regionais, não apenas os grandes eventos políticos.
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Crítico do centralismo: Diferente de Varnhagen, não via o Estado como único protagonista, mas sim as múltiplas culturas que moldaram o país.
Por que foram importantes?
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Varnhagen organizou a primeira grande narrativa histórica do Brasil, ainda que tendenciosa.
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Capistrano abriu caminho para uma história mais plural e crítica, influenciando gerações posteriores, como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.
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Juntos, representam duas correntes fundadoras da historiografia brasileira: uma oficialista (Varnhagen) e outra social e diversa (Capistrano).