A dívida da Venezuela com o Brasil ultrapassou R$ 10,3 bilhões, resultado de financiamentos para exportações e grandes obras de infraestrutura no país vizinho. Desde 2018, quando o país entrou em inadimplência, os juros acumulados somam mais de R$ 2,7 bilhões. O valor total pode chegar a R$ 12 bilhões, considerando a cotação atual do dólar.
Os financiamentos, garantidos pelo Seguro de Crédito à Exportação (SCE) e pagos aos exportadores brasileiros, foram assumidos pela União após o calote venezuelano. O principal devedor é o governo de Nicolás Maduro, que deixou de pagar contratos relacionados a projetos como o metrô de Caracas e estaleiros.
Segundo o Ministério da Fazenda, a Venezuela não responde a cobranças diplomáticas nem a contatos diretos. A última indenização do governo brasileiro a bancos financiadores foi paga em junho de 2025, e a dívida continua crescendo. Só nos dois primeiros meses do ano, o estoque aumentou quase R$ 1 bilhão.
A renegociação depende da disposição do governo venezuelano, que, segundo especialistas, optou pelo silêncio. A dívida também é comunicada a instâncias multilaterais, como o Clube de Paris, mas sem efeito prático até agora.
Além do Brasil, a Venezuela deve cerca de US$ 20 bilhões à China e mais de US$ 60 bilhões à Rússia e outros credores. O BNDES afirma que, por normas internas, não pode liberar novos financiamentos para países inadimplentes.
O governo Lula já propôs soluções alternativas, como a troca de dívidas por investimentos em desenvolvimento sustentável ou educação, mas sem avanços concretos até o momento.
Fonte: CNN Brasil