Vídeo: estrada bloqueada, empresa impedida, clima tá tenso na região quilombola do Jambuaçú em Moju

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Vídeo: estrada bloqueada, empresa impedida, clima tá tenso na região quilombola do Jambuaçú em Moju
Foto: Reprodução

As comunidades estão denunciando a Hydro de estar contaminado rios e igarapés através de obras no mineroduto.

O Pará começa a acompanhar um clima bastante tenso entre 15 comunidades Quilombolas do Jambuaçú, que fazem parte de Moju, no nordeste do estado, contra a empresa Hydro e suas tercerizadas que prestam os serviços na região onde as comunidades estão localizadas.

Na última segunda-feira, 22, essas comunidades se deslocaram até a cidade de Moju e fecharam o acesso da entrada da Ponte Moju Cidade e impediram por 8h o acesso do trânsito na PA-150. Veja aqui:

O líder do Território do Jambuaçú Bambaê, Jeovam Almeida, em entrevista ao Portal Moju News, destacou o seguinte: Grandes empreendimentos estão arrebentando com o nosso solo, como a Hydro e outras empresas que também estão atuando na implantação de torres de transmissão.” Jeovam também destacou que, desde 2006 a Hydro, que antes era Vale, vem arrebentando com as florestas e rios da região. “Nos temos um protocolo de consulta que todo empreendimento feito dentro do território tem que ser consultado às comunidades. Jeovam também cobrou de autoridades públicas um posicionamento sobre os eventos.

Foto: Reprodução

Conflito entre entre Quilombolas e Empresa se acirram nesta sexta, 26

Na noite da última sexta, 26, os Quilombolas fecharam o acesso da empresa para que parassem os trabalhos na região. O bloqueio se deu na vila Poacê. As empresas foram escoltadas por viaturas policiais, mas não teve jeito. Tiveram que voltar.

Comunidades denunciam vazamentos de ‘Lama Tóxica’:

Populares denunciam que um líquido, uma ‘Lama Tóxica’, que ainda não foi identificado, teria escorrido para o rio Jambuaçu. Populares temem que o rio venha ficar inviável para o banho e até para consumo próprio, pois alguns moradores até tomam da água do rio. Veja aqui a foto e denúncia feita por morador.

Foto: Reprodução

O Portal Moju News entrou em contato com a Hydro na última segunda, 22, que disse que iria responder, mas não respondeu. O Portal voltou a procurar a empresa, até para dar a ela o direito de defesa, e a Hydro enviou a seguinte nota:

A Mineração Paragominas está realizando a manutenção de um trecho do mineroduto, que leva a bauxita de Paragominas até Barcarena. Em 2022, as obras estão ocorrendo em um trecho de 36 quilômetros – entre o Km 175 e o Km 211 – nos municípios de Acará, Moju e Abaetetuba. Esta substituição faz parte da manutenção periódica do duto e visa a proteção do meio ambiente e garantir a segurança das pessoas e das operações. As atividades estão devidamente licenciadas pelas autoridades competentes e não existe nenhuma ordem formal para a paralisação das atividades de manutenção do mineroduto.
A empresa vem cumprindo com todos os compromissos firmados em documentos com as associações territoriais locais por meio de suas assembleias coletivas, assim como comunicando de forma prévia todas as atividades realizadas que tiveram consentimento por escrito das associações. A empresa mantém diálogos constantes com as comunidades locais. Especificamente sobre a manutenção do mineroduto, houve diálogo aberto e transparente, de maneira constante, entre os meses de janeiro e maio de 2022. Todos os esforços estão sendo tomados para respeitar as comunidades locais e garantir a segurança de todos. A empresa tomará todas as medidas previstas em lei para coibir as ameaças e atos ilegais sofridos pela Mineração Paragominas e seus prestadores de serviços.
Vale reforçar que a Hydro está comprometida e respeita os direitos das comunidades quilombolas, mantendo o relacionamento de acordo com a legislação pertinente aos povos tradicionais no país e respeitando integralmente os compromissos firmados. A empresa segue rigorosamente o processo formal de consulta aos Quilombolas e está engajando todos os principais stakeholders do território. Isto foi reconhecido inclusive em ofício recentemente elaborado por comunidades quilombolas.
As manutenções mantêm monitoramentos ambientais, de saúde e segurança do trabalho, incluindo o acompanhamento da qualidade do ar, gestão de recursos hídricos, resíduos sólidos e prevenção e mitigação de potenciais impactos.

Enquanto isso, o estado do Pará pode estar diante de um sério conflito, que pode não acabar muito bem.

Fonte: Portal Moju

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