Vitória de Biden em eleição dos EUA pode levar a ‘confronto’ entre Israel e Irã, diz ministro

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Vitória de Biden em eleição dos EUA pode levar a 'confronto' entre Israel e Irã, diz ministro

Autoridades do mundo reagem com possibilidade de democrata levar a Presidência; Evo Morales debocha de Donald Trump, sugerindo que o presidente ‘recorra’ à OEA ‘se houver fraude’

RIO — O avanço do ex-vice-presidente Joe Biden na apuração dos votos nos EUA levou não apenas seu adversário, o presidente Donald Trump, a reagir. A possibilidade do democrata ser o novo chefe da Casa Branca gerou reações de autoridades pelo mundo, como um ministro israelense, que disse que o resultado poderia levar a um ‘confronto’ entre Israel e Irã.

Já o ex-presidente da Bolívia Evo Morales debochou do republicano, afirmando que ele deveria “recorrer” à OEA “se houver fraude”. As acusações infundadas do presidente também foram alvo do ministro das Relações Exteriores alemão.

‘Confronto’ entre Israel e Irã

Antes do resultado das eleições, nesta quarta-feira, o ministro israelense para Assentamento, Tzachi Hanegbi, disse que uma vitória de Joe Biden poderia acarretar em uma guerra entre Israel e Irã, segundo o jornal The Jerusalem Post, por causa do posicionamento do democrata em relação ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPoA) — do qual Trump retirou os EUA em 2018.

— Biden disse abertamente por muito tempo que voltaria com o acordo nuclear — afirmou Hanegbi. — Eu vejo isso com algo que vai levar a um confronto entre Israel e Irã.

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Segundo o ministro, uma vitória de Biden não o preocuparia em muitos assuntos, como os assentamentos, mas que a questão com o Irã é uma exceção. Em entrevista ao Channel 13 News, Hanegbi disse que ele, o primeiro-ministro Benjamin Natanyahu e muitos israelenses viam o acordo como um “erro”.

O Plano de Ação Conjunto Global foi assinado por Barack Obama em 2015 entre Teerã e as principais potências mundiais, oferecendo ao Irã um alívio das sanções se o país reduzisse suas atividades nucleares. O presidente Trump retirou os EUA do acordo em 2018 e reativou as punições, dizendo querer um acordo que envolvesse também o programa de mísseis convencionais do Irã e seu apoio a grupos anti-EUA no Oriente Médio.

Morales debocha de Trump

Da Argentina, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales debochou de Trump antes do resultado das eleições.

— Se houver fraude, Donald Trump deve recorrer a Luis Lamagro — afirmou Morales em entrevista à emissora RT.

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Lamagro é secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). Antes de Morales deixar o poder, a OEA afirmara em um controverso relatório que ocorrera uma suposta fraude eleitoral na Bolívia.

O relatório foi a principal fonte de apoio às denúncias da oposição que culminaram na renúncia de Morales, pressionado por forças militares e policiais.

Trump põe ‘óleo na fogueira’

Nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, criticou às alegações infundadas de Trump de que haveria uma fraude no processo eleitoral e de que alguns estados deveriam parar a contagem dos votos.

— Qualquer pessoa que continue colocando óleo na fogueira em uma situação como essa está agindo de forma irresponsável — disse Maas em uma entrevista ao Grupo Funke, da Alemanha. — Agora é o momento de esfriar a cabeça até que um resultado de maneira independente esteja disponível.

O ministro ainda acrescentou que os Estados Unidos não são “um show de um homem só e que perdedores decentes são mais importantes para o funcionamento de uma democracia do que vencedores radiantes”.

Fonte: O Globo

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