Os comandantes da Marinha, Ilques Barbosa, do Exército, general Edson Leal Pujol, e da Aeronáutica, brigadeiro Moretti Bermudes, afirmaram ao general Braga Netto, novo Ministro da Defesa, após a demissão do general Fernando Azevedo, que não dariam um passo que possa contrariar a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes, o Judiciário e o Legislativo.
A reação dos militares deixa claro as tentativas do presidente Jair Bolsonaro de tentar aparelhar o Exército Brasileiro e torna-lo em um braço político armado, para fins políticos, na pior das hipóteses um golpe.
Bolsonaro ainda não compreendeu que as Forças Armadas, não são forças do governo, e sim do Estado. Por isso instou Pujol a comentar, reprovando, a decisão do relator da Lava Jato Edson Fachin de anular as condenações de Lula. Pujol não o fez, e Bolsonaro entendeu nisso uma atitude não alinhada ao seu governo e ideologia.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello, diz que não se deve subestimar os propósitos de Jair Bolsonaro ao demitir o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva. Mas declara-se convencido de que “as Forças Armadas não embarcarão jamais em aventura antidemocrática.”
Em entrevista à coluna de Josias Souza, da UOL, o ministro declarou: “Não há possibilidade de cogitar-se em um engajamento das Forças Armadas ao governo, passando o Exército, a Marinha e a Aeronáutica a serem Forças Armadas do governo, e não do Estado. Não há essa possibilidade. Conheço bem a cabeça dos militares.”