Quando uma universidade chega a um território, ela não inaugura apenas um prédio. Ela anuncia futuro. Ela declara que ali existem vidas que merecem oportunidades, saberes que merecem circular e uma comunidade que, por muito tempo, foi tratada como margem do mapa.
Foi exatamente isso que representou a chegada da obra da UFOPA em Rurópolis: um feito que ultrapassa a materialidade da construção para se afirmar como uma política de presença do Estado, onde antes havia ausência crônica. E como toda grande conquista educacional no Brasil, ela não foi produto de decisões isoladas, mas sim fruto de uma trama complexa de compromissos, articulações e pertencimento social.
Nesse sentido, é imprescindível reconhecer que a concretização da obra da UFOPA em Rurópolis teve origem em múltiplos atores — entre os quais se destacam professores como Ana Gomes, Noeli, Fátima Sônia, estudantes organizados, vereadores e deputados estaduais e federal que compreendem, com profundidade, o papel civilizatório da educação pública. Entre esses, é justo mencionar o deputado federal Aírton Faleiro, cuja atuação junto ao presidente Lula e às esferas do governo federal foi determinante para inserir essa pauta em espaços decisórios.
Do mesmo modo, importa contextualizar que essa obra integra o Novo PAC da Educação Superior, programa nacional relançado em 2023 que contemplou apenas dez novas unidades universitárias em todo o país. Rurópolis figura entre elas — um dado que, por si só, evidencia o peso político e estratégico da inserção do município no mapa da interiorização universitária.
Portanto, seria um erro grave interpretar essa conquista como produto de iniciativas recentes. A universidade é, por excelência, uma construção histórica e social. Ela nasce de ideias amadurecidas ao longo do tempo, de negociações políticas que exigem constância e de vozes coletivas que não aceitaram o silêncio como destino.
Assim, é necessário afirmar — com serenidade, mas com firmeza — que a obra da UFOPA em Rurópolis é resultado da atuação articulada de parlamentares que conhecem o caminho entre Rurópolis e Brasília, de professores comprometidos, de estudantes mobilizados e de uma comunidade que, em nenhum momento, abriu mão de sonhar com um projeto de país que a incluísse.
Como costuma dizer Paulo Freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Em Rurópolis, foi justamente isso que aconteceu: pessoas, comprometidas com o bem comum, transformaram a realidade de uma cidade, em consonância com o que vem ocorrendo no país.