A Igreja Brasileira precisa de profetas? – Rev. Marcelo Lemos

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A Igreja Brasileira precisa de profetas? - Rev. Marcelo Lemos
Foto: Reprodução

David Owuor é um pregador africano, amplamente conhecido e denominado por muitos como Profeta e Doutor. Confesso que até esta semana não tinha conhecimento sobre essa pessoa e nunca tinha ouvido falar dele. Por falta de conhecimento e também de interesse, não me sinto apto para fazer qualquer análise a respeito do Profeta ou da sua mensagem. Desconheço ambos, exceto por ter lido em algum lugar que ele teria dado a si mesmo um título bastante pomposo: “O Poderoso Profeta de Deus do Fim dos Tempos“. Uau! Parece grandioso, e entendo como isso pode atrair pessoas para as igrejas onde ele tem feito eventos no Brasil nos últimos dias. Eu compreendo, apesar de não necessariamente concordar.

Parece que a mensagem do Profeta tem incomodado algumas lideranças brasileiras. Aqui entra a única coisa que sei sobre suas recentes pregações. Dizem que a agenda dele foi reduzida por um certo pastor presidente, depois que o pregador africano exortou a Igreja evangélica brasileira a não se envolver com política partidária. Além disso, ele afirmou ter recebido uma ordem divina para denunciar os “profetas do dinheiro“. Incrível! Segundo relatos, ele teria dito que a missão da Igreja é aguardar a vinda (retorno) do Messias, e não de um partido político!

Desconheço o conteúdo das mensagens que o suposto profeta tem espalhado pelas igrejas aqui no Brasil, mas imagino que ele não teria problemas na maioria das comunidades se falasse sobre dízimos, ofertas e sacrifícios, prometendo enriquecimento e coisas do tipo. Talvez ele aborde esses temas, mas realmente não sei. No entanto, ele tocou em dois pontos sensíveis da igreja brasileira: os ídolos políticos e os ídolos religiosos. Isso, querido profeta, não se faz! Ou melhor, deve ser feito, mas há um preço a pagar!

Sério! Quem ele pensa que é, afinal? Ele se autodenomina Doutor e Profeta, o “Poderoso Profeta”, para não haver dúvidas sobre suas qualificações. Calo-me!
Brincadeiras à parte, parece ser um pregador corajoso ou desavisado. Tanto faz: acertou na mosca.

Mesmo que esse homem não seja realmente um profeta poderoso, ele desempenhou o papel de um atalaia bíblico. Pelo menos nesse aspecto. Afinal, uma das características do profetismo israelita era uma postura abertamente crítica em relação aos poderosos de sua época, sejam eles políticos ou pessoas ricas da sociedade. Não que os profetas fossem “classistas”, por assim dizer – alguns até ocuparam cargos palacianos – mas eles tinham o compromisso com a Lei de Deus, revelada a Moisés, e com base nela defendiam os interesses dos pobres, órfãos e viúvas. Os poderosos raramente gostavam ou aplaudiam os profetas! Na verdade, perseguiam e até matavam! Por que seria diferente hoje?

Por outro lado, é triste saber que grande parte das lideranças religiosas no Brasil se oporia a um profeta de Deus, mesmo se um verdadeiro surgisse diante delas! Mas elas apoiariam qualquer um que lhes prometesse dinheiro, votos e prestígio!

Sim! Precisamos de profetas!

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