Um texto que estava no bloco de notas do celular da delegada da Polícia Federal (PF), Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal, entregue pela Apple à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, ao qual o Correio teve acesso, aponta que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres planejava acusar o PT de compra de votos e mirava em ações no Nordeste.
Escrito em primeira pessoa, a braço-direito de Torres no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) detalhou, no texto, reuniões que participou, com a presença do ex-ministro e dos diretores da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Houve várias reuniões no mês de outubro, em que o ministro [Torres] pediu muito empenho e atenção às eleições de 2022”, escreveu Marília. |
Em um dos encontros, “em que estavam os representantes da PF, PRF, Seopi (Secretaria de Operações Integradas do ministério), Min. (sic)”, houve o pedido “de integração entre as forças e que se colocassem mais de 70% nas ruas”. “Disse que tinha informações de que estavam rodando Brasil afora milhões de reais em compra de votos, que estava recebendo muitos vídeos e notícias sobre isso, e que as polícias tinham que atuar mais para impedir tais crimes, especialmente a PF.”
Fonte: Correio Braziliense