Ottawa, 04 de março – O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou hoje a imposição de tarifas sobre uma série de produtos importados dos Estados Unidos, em resposta às tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump. A medida marca mais um capítulo na tensão comercial entre os dois países, que são parceiros históricos e membros do Tratado Estados Unidos-México-Canadá (USMCA).
Em um discurso transmitido nacionalmente, Trudeau afirmou que o Canadá “não tem outra escolha a não ser responder de forma proporcional” às tarifas americanas, que afetam setores-chave da economia canadense, como o aço e o alumínio. O primeiro-ministro destacou que as ações dos EUA são “injustificadas e prejudicam trabalhadores e empresas de ambos os lados da fronteira”.
“Não há absolutamente nenhuma justificativa ou necessidade para essas tarifas hoje. O pretexto legal que seu governo usa para trazer essas tarifas é de que o Canadá aparentemente não está disposto a ajudar na luta contra o fentanil ilícito. Mas isso é totalmente falso”, destacou Justin Trudeau.
Detalhes das Tarifas Canadenses
O governo canadense divulgou uma lista de produtos americanos que serão alvo de tarifas adicionais, incluindo aço, alumínio, produtos agrícolas, como suco de laranja e ketchup, além de bens manufaturados, como máquinas e equipamentos. As tarifas variam de 10% a 25%, dependendo do produto, e entrarão em vigor em 21 dias.
Trudeau enfatizou que o Canadá preferiria resolver as disputas comerciais por meio do diálogo, mas que “não hesitará em defender seus interesses econômicos e proteger os empregos dos canadenses”. Ele também ressaltou a importância da relação bilateral entre os dois países, mas deixou claro que o Canadá não aceitará medidas unilaterais que prejudiquem sua economia.
“Os canadenses são racionais e nós somos educados. Mas não vamos desistir de uma luta. Não quando o nosso país – e o bem-estar de todos os que vivem aqui – está em jogo”, concluiu o primeiro-ministro.
Contexto da Disputa
As tarifas anunciadas por Trump foram justificadas como uma medida de segurança nacional, argumento que o Canadá rejeita veementemente. O governo canadense alega que as tarifas americanas violam as regras do USMCA e prejudicam a integração econômica entre os dois países.
Analistas econômicos alertam que a escalada das tensões comerciais pode ter impactos negativos para ambos os lados, já que os EUA são o maior parceiro comercial do Canadá, e vice-versa. Setores como o automotivo, o agrícola e o de manufatura podem ser particularmente afetados.
Reações Internacionais
A União Europeia e outros parceiros comerciais do Canadá expressaram preocupação com a escalada das tensões e pediram uma resolução pacífica da disputa. Enquanto isso, dentro do Canadá, a medida de Trudeau recebeu apoio de líderes empresariais e sindicais, que veem as tarifas como uma forma de proteger a indústria nacional.
No entanto, alguns críticos argumentam que as tarifas retaliatórias podem levar a um aumento nos preços para os consumidores canadenses e prejudicar pequenas empresas que dependem de insumos americanos.
Próximos Passos
O governo canadense afirmou que está aberto as negociações para resolver a disputa, mas que manterá as tarifas até que os EUA revoguem suas medidas. Enquanto isso, o Canadá continuará a buscar apoio internacional para pressionar os Estados Unidos a reconsiderar sua posição.
A situação coloca à prova a relação entre os dois países, que, apesar de próximos geográfica e culturalmente, enfrentam desafios significativos em meio a um cenário global de incertezas comerciais.
Com informações de agências internacionais e fontes governamentais.