A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) vai iniciar a instalação de redes de tubulação, sem a necessidade de escavar a rua inteira. A tecnologia de ponta, já usada nos Estados Unidos e em países da Europa, será implementada pela primeira vez no Estado em obras de saneamento.
Para isso, um dos equipamentos já está sendo utilizado: o GPR (Ground Penetrating Radar), um georadar que funciona como uma espécie de ultrassom de verificação das camadas do solo. Com ele, é possível enxergar a posição das tubulações já existentes, além de outras estruturas que estejam debaixo da terra, como cabos de telefonia, redes de energia e de drenagem. O GPR está mapeando as ruas do bairro do Marco, e será usado também em cerca de 20 bairros de Belém.
“Esse aparelho identifica as interferências existentes por radiofrequência, sendo uma forma de diminuirmos os riscos de acidentes. É uma tecnologia nova que estamos inserindo aqui no Pará. Quando estamos fazendo a perfuração ou escavando uma vala, o operador não consegue saber o que efetivamente tem debaixo do solo. Então, esse equipamento consegue, antes da abertura da terra, visualizar o que tem embaixo”, explicou o engenheiro do Consórcio Águas do Guamá, Thiago Lewerentz.
A tecnologia de ponta está sendo usada pelo Consórcio, para a execução do Projeto de Controle e Redução de Perdas, contratado pela Cosanpa, para melhorar a eficiência da rede em mais de 20 bairros da capital paraense. Além da atualização cadastral dos clientes (que já está em andamento), também será feita a instalação de hidrômetros e a substituição das antigas redes de cimento amianto por novas de Pead (Polietileno de Alta Densidade), material mais residente, eficiente e o mais indicado atualmente para o setor de saneamento.
Além do georadar, a máquina que faz a instalação pelo método não destrutivo também já está na capital paraense. Após as análises do mapeamento que está sendo feito com o radar no solo, para identificar a posição exata das novas redes, as substituições começarão a ser feitas.
De acordo com a engenheira da Cosanpa, Tatiana Costa, que é a coordenadora do projeto, as obras serão importantes para reduzir perdas. Segundo ela, existem as perdas aparentes, que são as comerciais, e as perdas reais. “Para combater as aparentes, estamos fazendo a realização de cadastro, para conhecer os nossos clientes e também trabalhar na questão do combate às fraudes. Em relação à perda real, vamos substituir toda a rede mais antiga da cidade, que ainda é de cimento amianto e está concentrada nas áreas sul e norte de Belém”, detalhou.
Para combater as perdas reais, o órgão utilizará ainda a aplicação de equipamentos de controle, como válvulas de pressão noturna, que podem minimizar a quantidade de água perdida durante a noite e os casos de vazamentos ocultos, ou seja, que não brotam no solo. “Faremos também a setorização do sistema para que, por exemplo, quando formos retirar um vazamento, não precisemos interromper o abastecimento em vários bairros. Assim, conseguimos retirá-lo, suspendendo o fornecimento de água apenas na área relacionada ao vazamento”, garantiu Costa.
Fonte: Agência Pará