A primeira Sessão Ordinária de retomada dos trabalhos em 2024, realizada nesta terça-feira (20), foi marcada por diversas polêmicas em torno do discurso do presidente Luís Inácio Lula da Silva, que comparou a situação de palestinos em Gaza à morte de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler.
Deputados da situação e oposição fizeram suas defesas e críticas sobre a fala do presidente. Alguns mais exaltados que os outros, com argumentos e ponderações sobre a possível crise diplomática que o Brasil enfrenta.
Para alguns deputados, a declaração polêmica foi crime de responsabilidade e coloca a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade. O deputado Thiago Araújo (Cidadania) afirmou que o discurso foi um equívoco diplomático e desrespeito a todos os judeus que até hoje lutam por um equilíbrio social e carregam na história essa dor do holocausto.
O deputado Fábio Freitas (Republicanos) também criticou a fala do presidente. Assim como o deputado Tony Cunha (PL), que se estendeu às outras áreas do governo. ”Ele teve a coragem de comparar os episódios na faixa de Gaza ao holocausto, onde judeus eram queimados vivos ”, mencionou e pediu o impeachment.
A fala de Cunha e seus discursos foram compartilhados do mesmo sentimento pelo deputado Rogério Barra (PL).”É uma vergonha internacional, que expõe a nossa diplomacia, onde Israel disse que Lula é persona non grata dentro de Israel. Nosso partido está protocolando o pedido de impeachment do presidente”, enfatizou.
O que o presidente Lula falou – “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
Ele não citou a palavra “holocausto”, mas ficou subentendido e foi o suficiente para se alastrar nas redes sociais e em diversas Casas de Leis no Brasil e em toda a imprensa internacional.
A fala do presidente deu munição para o pedido de impeachment, que já conta com o apoio de mais de 113 parlamentares. Desses, 33 são de partidos da base do governo.
Na Alepa, alguns deputados aliados fizeram suas defesas, como Carlos Bordalo (PT) e Lívia Duarte (PSol). Outros se mantiveram neutros diante dos ânimos mais quentes sobre o assunto.
A deputada Lívia Duarte defendeu com veemência o presidente. ‘‘Se você tem uma população que ao longo de dez anos foi apagada, que mesmo dormindo embaixo de escombros, em hospitais, é bombardeada, então você tem genocídio apagado, tem pessoas que não são classificadas como pessoas, e isso aconteceu no holocausto, que todos nós repudiamos e não queremos que a história se repita”, concluiu.
Em defesa do presidente, lideranças de governo afirmam que o presidente também já condenou o Hamas e classificou os atos de terroristas. Mas que, nem por isso, deixará de condenar os excessos de Israel, o que não teria por intuito banalizar a dor de judeus, vítimas de Hitler na 2ª Guerra Mundial.
O Governo de Israel repudiou a fala do presidente e declarou presidente brasileiro “persona non grata” até que ele retire o que disse.