Em 2006, a Senadora Ana Júlia Carepa, do Partido dos Trabalhadores (PT), se elegeu Governadora do Pará, após derrotar o ex-governador Almir Gabriel (PSDB), (governou de 1995 a 2003). Curiosamente, o tucano Simão Jatene era o governador e “abriu mão” da reeleição.
No primeiro turno, Ana Júlia recebeu 1.173 079 votos, 37,52% dos votos válidos, ficando em segundo. Almir Gabriel conquistou 1.370.272 votos, 43,83% dos votos válidos.
No segundo turno, a candidata petista surpreende, derrota Almir Gabriel, após receber 1.673.648 votos, 54,93% e se torna governadora do Pará, rompendo uma hegemonia do PSDB de 12 anos. O tucano Gabriel angariou 1.373.474 votos, 45,07% dos votos válidos.
Justificativas para derrota de Almir Gabriel?
O apoio do PMDB e do PSOL, entenda, Priante e Edmilson Rodrigues a Ana Júlia, e o desejo da população paraense por mudança, foram fatores determinantes.
Para Almir Gabriel o resultado amargo se deve a Simão Jatene que teria feito “corpo mole”. Lembre, Jatene era o governador e tinha o “direito” de disputar a reeleição, MAS.
No livro “Competição Política no Pará” página 103, o cientista político Edir Veiga analisa “O desenrolar destas eleições em segundo turno e a capacidade do PT em montar uma ampla coligação em prol da candidata Ana Júlia demonstraram o profundo isolamento político do candidato tucano nas eleições de 2006 no Pará. Ou seja, a migração dos votos oposicionistas do PMDB e PSOL em direção à candidata Ana Júlia produziria, por si só, estatisticamente, a irreversibilidade da derrota tucana nas eleições. Portanto, se houve erro de Jatene, este erro aconteceu na ruptura da aliança do governo tucano com o PMDB durante o quadriênio de 2003-2006”.
Ana Júlia Carepa na disputa pela reeleição em 2010 será derrotada por Simão Jatene, mas essa é outra história.