As eleições francesas foram marcadas por uma grande reviravolta da esquerda, com a Aliança de esquerda Nova Frente Popular em primeiro, embora não tenha obtido maioria para controlar a Assembleia Nacional.
“A vontade do povo deve ser estritamente respeitada. Nenhum acordo seria aceitável. A derrota do Presidente da República e da sua coligação está claramente confirmada. O Presidente deve curvar-se e aceitar a sua derrota”, disse Jean-Luc Mélenchon no seu primeiro discurso. “O Primeiro-Ministro deve retirar-se. O Presidente deve chamar a Nova Frente Popular para governar”, afirmou.
O líder do partido de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, afirmou que a “Nova Frente Popular (NFP) está pronta para governar“.
Ele afirmou também que o presidente francês, Emmanuel Macron, deverá admitir a derrota nas eleições e, além disso, criar alguma relação com o NFP para formar o governo.
Os dados oficiais ainda não foram divulgados, abaixo segue informações boca de urna da Ipsos-talan:
- Nova Frente Popular (esquerda): entre 172 e 192 assentos
- Juntos (governista, de centro): entre 150 e 170 assentos
- Reunião Nacional (extrema-direita): entre 132 e 152 assentos
A derrota da extrema-direita, Rassemblement National(RN), foi considerada como uma resposta do povo francês em apoio a democracia e rejeição aos extremos da direita na França.
Quem será o primeiro-ministro?
Perante os resultados, o primeiro-ministro Gabriel Attal declarou, no domingo à noite que “apresentará a sua demissão na segunda-feira” O primeiro-ministro ocupava o cargo desde o início do ano.
A Constituição francesa permite a “coabitação“, com um Presidente e um primeiro-ministro de partidos diferentes. A última vez que isso aconteceu foi de 1997 a 2002, quando o socialista Lionel Jospin governou ao lado do presidente de centro-direita Jacques Chirac.
Numa declaração emitida no domingo, o chefe de Estado, Emmanuel Macron, disse que iria esperar que a nova Assembleia fosse “estruturada” para “tomar as decisões necessárias.”
Com informações da Euronews.