Exposição Bancos Indígenas do Brasil – Grafismos: um resgate da importância da cultura indígena na formação do povo brasileiro

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Exposição Bancos Indígenas do Brasil – Grafismos: um resgate da importância da cultura indígena na formação do povo brasileiro
Um resgate da importância da cultura indígena na formação do povo brasileiro / Foto: Reprodução
Mostra ‘Bancos Indígenas do Brasil – Grafismos’, com entrada franca abrirá às 19h nesta sexta-feira (15)

Com um total de 142 peças meticulosamente esculpidas por artistas provenientes de 40 diferentes etnias do Território Indígena do Xingu e da Amazônia brasileira, a mostra com curadoria de Marisa Moreira Salles e Tomas Alvim, transcende fronteiras geográficas e étnicas para uma imersão na rica herança cultural indígena do Brasil.

Esculpidos em um único tronco de madeira, sem juntas ou emendas, tomam a forma de animais e entidades míticas que fazem parte da cultura indígena, pintadas com resinas naturais, como o ingá misturado com pó de carvão e o urucum. Assim como outros objetos rituais indígenas, produzir o banco é tão importante quanto a forma de usar. Os tamanhos e as formas servem de marcadores sociais.

Os bancos indígenas representam, um elo entre os rituais e crenças. Ao admirar essas obras de arte, somos convidados a reconhecer e valorizar a contribuição inestimável dos povos indígenas para a diversidade cultural e a riqueza espiritual do Brasil. É uma exposição que não apenas encanta os olhos, despertando uma consciência sobre a importância de preservar as tradições dos povos originários.

Uma curiosidade sobre a coleção particular, os proprietários da coleção possuem uma editora de livros de arte e há cerca de 20 anos, foram convidados a produzir um livro sobre os bancos indígenas. Porém, o que parecia ser uma simples publicação transformou-se em uma profunda paixão e imersão na riqueza cultural dos povos indígenas do Brasil.

Assim, a coleção nasceu, cresceu e floresceu, tornando-se um testemunho da diversidade e da criatividade dos povos indígenas do Brasil. Hoje, essa coleção abriga quase mil peças, cada uma contando sua própria história e carregando consigo os traços distintivos de suas respectivas culturas.

A exposição que agora se desdobra diante do público não é apenas uma celebração da arte dos bancos indígenas, mas também um lembrete vívido da importância da cultura indígena na formação da identidade do povo brasileiro. É um esforço consciente para difundir não apenas a estética exuberante desses artefatos, mas também para resgatar e preservar o conhecimento, as tradições e os valores transmitidos ao longo de gerações pelos povos originários.

Cada peça carrega em si uma história, uma tradição, e ao mesmo tempo, uma expressão única de criatividade e inovação. São testemunhos vivos da complexidade estética desses povos, que podem ser considerados como os primeiros designers do Brasil, tendo em vista que muitos bancos são verdadeiras obras de arte.

A exposição não se limitou apenas às peças físicas, mas também abriu espaço para os registros visuais capturados pelas lentes do fotógrafo Rafael Costa. Suas imagens e vídeos oferecem uma janela para além do tempo e do espaço, convidando os espectadores a mergulharem ainda mais fundo na riqueza cultural e na beleza intrínseca desses artefatos.

Ao contemplar cada banco indígena, somos convidados a refletir não apenas sobre sua forma e função, mas também sobre a riqueza simbólica e espiritual que eles carregam consigo. São artefatos que transcendem as barreiras do tempo, conectando-nos de forma profunda com as tradições ancestrais e com a incrível diversidade cultural que define a identidade do povo brasileiro.

A exposição “Bancos indígenas do Brasil” é uma iniciativa da CBMM, Secretária de Estado de Cultura (SECULT), Coleção Bei e Bei Editora.

A exposição abrirá ao público nesta sexta-feira (15) às 19h, na galeria do Museu do Estado do Pará, haverá venda de produtos com bancos e miçangas artesanais, além da participação dos artistas Kurupira Assurini, Valnei Pawanwy Wai Wai e Wareaiup Kaiabi, com entrada franca. Um evento imperdível para todos que apreciam a rica cultura que forma o Brasil.

Serviço

Exposição: “Bancos indígenas do Brasil – grafismos”

Período: de 15/03 a 30/07

Horário: Terça à domingo, das 9h às 17h.

Local: Galeria Antônio Parreiras do Museu do Estado do Pará (Praça Dom Pedro II, s/n – Cidade Velha)

Entrada Franca

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