Dezoito assaltos a bancos foram registrados pela Segup de janeiro a setembro deste ano. Para delegado, distância dos municípios dificulta o trabalho da Polícia.
Dezoito assaltos a bancos foram registrados entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup). Para o Sindicato dos Bancários do Pará, falta mais policiamento nos municípios afetados pela ação de quadrilhas e um trabalho de inteligência mais efetivo no estado.
Na terça-feira (6), mais de dez bandidos fortemente armados amarraram funcionários de uma agência do Banpará em Viseu, no nordeste do Pará, para se proteger da Polícia. Uma das vítimas contou à reportagem como foi a ação.
“Cheguei no banco, com uns dois minutos começou o primeiro tiro. Alguns clientes que estavam no banco foram ver o que tinha acontecido, quando eles chegaram dizendo que era assalto. Aí pediram para todo mundo deitar no chão e se tranquilizar que eles não queriam nada, só queriam o dinheiro”, contou.
Todo o dinheiro do banco foi levado pelos criminosos, que continuam foragidos. A Polícia investiga o caso mas até agora ninguém foi preso.
O delegado Evandro Araújo informou que policiais da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), Comando de Operações Especiais (Coe), com apoio da aeronave do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (Graesp), estão no município e já tem uma linha de investigação para tentar qualificar e prender os criminosos.
Em agosto, uma agência em Jacundá, no sudeste do Pará, também foi alvo de uma quadrilha, que chegou a tomar uma viatura do Batalhão de Polícia Rodoviária e fizeram três policiais reféns. Os bandidos explodiram o cofre do banco e fugiram com o dinheiro.
Ainda em agosto, em Dom Eliseu, onze pessoas foram feitas reféns por assaltantes que explodiram o cofre da unidade bancária.
O mesmo tipo de crime, na modalidade conhecida como Novo Cangaço, ocorreu em Concórdia do Pará quando uma quadrilha usou reféns para invadir a agência bancária.
O Sindicato dos Bancários informou que já foram 35 roubos a banco até o momento no estado. Para a diretora Vera Castro, o “aparato policial é inexistente e não conversa entre si”.
“A inteligência não funciona, pois a Polícia já sabia há mais de 24 horas do assalto que havia movimentação estranha em Viseu e poderia ter poupado isso. Quer dizer, não basta levar todo o dinheiro, eles (os criminosos) humilharam e feriram os colegas bancários”, afirmou.
O delegado Araújo afirmou que uma das dificuldades na ação policial é a distância dos municípios onde as quadrilhas atuam.
“A quadrilha escolhe esses municípios justamente pela distância da polícia especializada, então leva um certo tempo até as equipes se deslocarem até o local. Sem contar no baixo efetivo policial que esses municípios apresentam”, explicou.