Fase três de testes da vacina da Pfizer e da BioNTech sugere mais de 90% de eficácia

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Fase três de testes da vacina da Pfizer e da BioNTech sugere mais de 90% de eficácia
Fase três de testes da vacina da Pfizer e da BioNTech sugere mais de 90% de eficácia

Fase três de testes da vacina da Pfizer e da BioNTech sugere mais de 90% de eficácia

A empresa americana Pfizer e a alemã BioNTech se tornaram, nesta segunda-feira (9), as primeiras a divulgar dados bem-sucedidos da última fase de testes de uma vacina anti-Covid. O resultado preliminar da fase três sugere mais de 90% de eficácia da vacina.

“É grande dia para a ciência, um grande dia para a humanidade”, disse o presidente da Pfizer. A fase 3 de testes começou no dia 27 de julho; 43 mil pessoas estão participando em diversos países – cerca de 3 mil no Brasil.

Essas pessoas foram divididas em dois grupos: metade recebeu a vacina, metade um placebo, que é como chamamos a dose de faz de conta, sem efeito nenhum. Aí, basicamente, essa fase de testes consiste em esperar e comparar quantas pessoas pegaram Covid em cada grupo. A diferença de doentes entre os dois grupos indica a eficácia. Quanto menos contaminados no grupo que recebeu a vacina, mais eficiente ela é.

Até agora, 94 pessoas foram contaminadas – a empresa não informou quantas tinham tomado a vacina ou placebo; apenas informou a conclusão: mais de 90% de eficácia, sete dias depois da segunda dose da vacina e 28 dias depois a primeira.

As empresas e a comunidade cientifica comemoraram esse resultado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a FDA, que é a agência que tem que aprovar a vacina, considera que 50% de eficácia é o mínimo para liberar uma vacina nessa situação. A Organização Mundial da Saúde também recomenda esse índice mínimo de eficácia.

Mas o estudo só vai ser concluído quando forem registrados 164 casos de Covid entre os participantes.Mesmo assim, as empresas pretendem solicitar a aprovação emergencial de uso da vacina nos Estados Unidos em até 15 dias e dizem ter capacidade para produzir até 50 milhões de doses ainda esse ano. Para 2021, a empresa pretende produzir 1,3 bilhão de doses.

A vacina produzida pela Pfizer e pela BioNTech usa tecnologia chamada de “RNA mensageiro” – diferente das tradicionais. Normalmente, as vacinas levam para o nosso corpo o próprio vírus da doença, enfraquecido ou morto, ou um pedacinho dele para ensinar o nosso organismo a produzir os anticorpos de que precisamos.

A vacina de RNA mensageiro só leva para o nosso organismo o que o que ele precisa para criar defesas imunológicas. É uma espécie de mensagem, com uma receita para que nosso corpo produza uma proteína do vírus, e a partir dela os anticorpos de que precisamos. Sem que nenhuma parte do vírus seja usada e sem que a pessoa seja infectada.

Não existe, hoje, nenhuma vacina de RNA mensageiro aprovada no mundo. Todas estão ainda em fase de testes. Mas muitas perguntas ainda não foram respondidas. Como os dados são preliminares, eles ainda não foram revisados por outros pesquisadores.

Apesar de até agora não haver reações adversas importantes registradas, os voluntários vão ser acompanhados ainda por dois anos para monitorar a segurança da vacina. E também não se sabe ao certo quanto tempo dura a imunidade, nem como ela funciona especificamente em grupos mais vulneráveis, como os idosos por exemplo.

O diretor do laboratório alemão BioNTech disse que devemos ser mais otimistas quanto à possibilidade de a imunidade durar, pelo menos, um ano.

Ainda há o desafio de distribuição. A vacina precisa ser armazenada a uma temperatura de 70 a 80 graus Celsius negativos. Vai ser uma logística difícil nos Estados Unidos, mais complicada ainda em outros países.

De acordo com a Pfizer, ainda não há acordo com laboratório ou instituição brasileira para a produção da vacina no Brasil. Mesmo assim, a notícia espalhou otimismo e cientistas comemoram um importante passo no combate à pandemia.

O Ministério da Saúde do Brasil declarou que todas as vacinas com estudos avançados no mundo estão sendo analisadas. Segundo o ministério, “todas as apostas necessárias serão feitas para achar uma solução efetiva, em qualidade e quantidade necessárias, para imunizar a população brasileira”.

Depois do anúncio da Pfizer e BioNTech, a Rússia afirmou que a vacina Sputnik também apresentou mais de 90% de eficácia. O instituto de pesquisa afirmou que a constatação tem base em observações da vacinação em massa em cidadãos russos, e não dos testes que estão em andamento. O anúncio foi no quarto dia seguido de recorde de casos de Covid na Rússia.

 FONTE: G1

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