Ferdinand Romualdez Marcos Jr., conhecido como “Bongbong” Marcos, é o atual presidente das Filipinas, eleito em 2022. Ele é filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, que governou o país entre 1965 e 1986, período marcado pela lei marcial, repressão e corrupção.
Partido e Espectro Ideológico
Marcos Jr. é membro do Partido Federal ng Pilipinas (PFP), um partido de centro-direita, que defende um governo federalista e pró-desenvolvimento. Seu governo tem um foco no desenvolvimento econômico, infraestrutura e alianças com potências como a China, continuando políticas iniciadas pelo ex-presidente Rodrigo Duterte.
Embora seu partido se posicione no espectro de centro-direita, Marcos Jr. tem evitado posicionamentos polarizados e frequentemente busca alianças pragmáticas com diferentes setores. Seu foco é em políticas econômicas e desenvolvimento, mantendo o apoio de setores conservadores e pró-negócios.
Oposição ao Governo
A principal oposição ao governo de Marcos Jr. vem de grupos de esquerda e liberais, que o acusam de tentar reabilitar a imagem de seu pai e esconder os crimes da ditadura. Leni Robredo, sua principal oponente nas eleições de 2022, é uma das líderes dessa oposição. Robredo e outros críticos do governo de Marcos frequentemente denunciam seu autoritarismo velado e políticas que, segundo eles, ameaçam a democracia.
Ameaças à Democracia e Liberdade de Imprensa
Sob o governo de Marcos Jr., há preocupações crescentes sobre ameaças à democracia e à liberdade de imprensa nas Filipinas. Seu governo tem sido criticado por tolerar perseguições a jornalistas e críticos, muitas vezes recorrendo a táticas jurídicas ou intimidação. A organização Rappler, liderada pela jornalista vencedora do Prêmio Nobel Maria Ressa, tem sido alvo frequente de processos e ataques, sendo uma das principais vozes a denunciar as ameaças à liberdade de expressão e os abusos de poder.
Além disso, a continuidade de uma abordagem “linha-dura” herdada de Duterte no combate ao crime e narcotráfico também levanta temores de abusos de direitos humanos e práticas autoritárias. Há acusações de que o governo promove revisões históricas para amenizar os abusos da ditadura de Ferdinand Marcos e criar uma imagem mais positiva do regime.
Perseguição e Repressão
Marcos Jr. mantém o controle sobre narrativas públicas, usando redes sociais e outras plataformas para moldar sua imagem e minimizar críticas. A repressão a jornalistas independentes e ativistas de direitos humanos segue sendo uma característica preocupante, além de acusações de desinformação patrocinada por aliados do governo, algo também observado durante sua campanha eleitoral.
O governo de Marcos Jr. enfrenta desafios para equilibrar o desenvolvimento econômico com a manutenção das liberdades democráticas, num cenário político ainda marcado pelo legado autoritário de sua família.