“Hoje estamos num momento desafiador porque nossa juventude está num processo de escolha decisiva para o futuro: se vai seguir para o mundo da violência ou para o caminho da esperança, do conhecimento e da profissionalização”, disse o governador do Pará, Helder Barbalho, diante de um público de mais de mil jovens aprendizes que estiveram no lançamento do “Programa Primeiro Ofício”. O evento foi realizado no auditório principal do Hangar, nesta quarta-feira (28).
Com o objetivo de avançar no incentivo à educação e à inserção dos jovens no mercado de trabalho, o “Primeiro Ofício” articula e une esforços de 24 instituições integradas ao Fórum Paraense de Aprendizagem Profissional (Fopap), entre elas, a Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster).
Segundo o titular da pasta, Inocêncio Gasparim, será intensificado o diálogo com as empresas e com as instituições que qualificam mão de obra, para que mais portas sejam abertas, a fim de atingir a meta de 19 mil aprendizes ocupados em todo o Estado.
“O desemprego está em alta no País e as oportunidades não são tantas. Então, é responsabilidade do Estado buscar soluções, criar alternativas, ajudando a juventude a encontrar esses postos de trabalho e a oportunidade de empreender”, disse o gestor da Seaster.
Durante a cerimônia, governador e secretário assinaram o termo de lançamento do Programa Primeiro Ofício. Em seguida, o presidente do Banpará, Braselino Assunção, assinou o ato de contratação de 14 aprendizes que passarão a trabalhar nas agências do banco. O governador fez a entrega simbólica das carteiras de trabalho a cada um dos jovens, que também estão inseridos nas ações do programa TerPaz.
O Fórum é coordenado pelo Ministério Público do Trabalho, Superintendência Regional do Trabalho e pelas secretarias de Estado de Educação (Seduc), Ciência e Tecnologia (Sectet) e Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), e ainda conta com o apoio da Fasepa, Funpapa, instituições de ensino superior, instituições do Sistema S (Senai, Sesc, Sesi e Senac) e organizações não governamentais, como o Lar Fabiano de Cristo, Movimento República do Emaús, Salesiano do Trabalho, CIEE, Proativa e outras entidades.
O Primeiro Ofício torna mais eficaz, no Pará, as ações que atendem a política pública direcionada ao jovem aprendiz, sendo primordial para o desenvolvimento do Estado e para a diminuição da vulnerabilidade social.
“Se tem algo que é determinante pra um gestor público é não perder a credibilidade diante da sociedade. Eu prometi em campanha e estou satisfeito de poder cumprir com a mobilização estratégica de geração de emprego e renda para o desenvolvimento do nosso Estado. E, ao lado dos jovens, conclamo a todos para que juntos possamos fazer um novo tempo no Pará”, discursou o governador.
Público – O Primeiro Ofício atenderá, prioritariamente, aos jovens que se enquadram nas seguintes condições: idade entre 14 a 24 anos em situação de vulnerabilidade social, inscritos no cadastro único em especial, moradores de regiões e bairros que apresentem maiores índices de vulnerabilidade, jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, egressos das instituições de privação de liberdade, pertencentes à famílias de baixa renda, pessoas com deficiência; os matriculados regularmente na rede pública de ensino fundamental, médio ou superior; participantes de programas de bolsas de estudo financiadas por recursos públicos vinculados à rede privada de ensino, jovens que concluíram o ensino médio e que não estejam cursando os níveis superiores e os que concluíram o ensino superior e que ainda estejam em idade de participar do programa na condição trainee.
O adolescente Pedro Dias, 17, que é um dos jovens que irá trabalhar nas agências do Banpará, vai passar por treinamento na próxima semana. Ele mora no bairro de Canudos, periferia de Belém, e está feliz com a nova ocupação. “Tanta gente que passa por dificuldades e precisa, como eu, agora, finalmente, tem esse apoio do programa. Abriu uma oportunidade pra mim e pra esses jovens. Foi um impulso pra cima. Deixa a gente mais perto de conseguir um futuro melhor”, conta.
Rafaela Melo também será jovem aprendiz no banco e ficou emocionada com a chance. Ela mora em Marituba, região metropolitana de Belém, tem 22 anos, é mãe, e tinha dificuldade para conseguir uma primeira oportunidade. “Nunca trabalhei porque não tinha experiência e, com esse programa, está sendo uma maravilha pra mim que preciso muito. Vai me ajudar bastante porque tenho um filho e vou poder contribuir com a educação dele”, contou Rafaela.
Empresa Cidadã – O programa potencializará a capacidade geradora de trabalho, emprego e renda da juventude, com a criação do selo Empresa Cidadã de reconhecimento para as participantes. Desse modo, os jovens serão inseridos no mercado, estimulando o desenvolvimento de cooperativas voltadas à inclusão e despertar para o empreendedorismo, possibilitando aos aprendizes formação e condições para o seu desenvolvimento.
Para Davis Siqueira, gerente executivo de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que forma anualmente mais de 5 mil jovens e é uma das instituições vinculadas ao Fopap, o lançamento do programa é fundamental para o momento atual.
“O foco maior não é só pensar na responsabilidade social das empresas de abrir as portas para estes jovens, mas pensar no mundo do trabalho, pensar com essa pegada mais tecnológica, com a industria 4.0. O mercado exige um novo perfil de trabalhador e o programa está engajado nisso, demonstrando pela primeira vez que o Estado conversa com os nosso ideais”.
Também estiveram presentes no lançamento, o vice-governador, Lucio Vale; a secretaria de Cultura do Estado, Ursula Vidal; o secretário do Centro Regional do Baixo Amazonas, Henderson Pinto; o superintendente do Sebrae Pará, Rubens Magno; e o deputado federal Beto Faro.
Fonte: Bacana News