Derrotados no primeiro turno da eleição para presidente, os partidos que tiveram candidatos próprios optaram, em sua maioria, evitar o apoio a Fernando Haddad (PT) ou Jair Bolsonaro (PSL) e escolheram a neutralidade no segundo turno.
Dos 11 partidos que disputaram o Planalto, três indicaram que vão apoiar o petista, nenhum ainda se manifestou favoravelmente ao deputado federal e sete anunciaram que serão neutros. Apenas o PSTU ainda não se pronunciou.
A estratégia foi seguida pelas legendas que não estiveram diretamente no pleito. Apenas dois declararam apoios. Veja abaixo a lista completa.
PDT, do terceiro colocado Ciro Gomes: apoio a Haddad
Terceiro colocado no primeiro turno com mais de 13,3 milhões de votos, Ciro Gomes (PDT) participou de reunião da executiva de seu partido nesta quarta-feira (10) que definiu um “apoio crítico” a Haddad contra “forças reacionárias”.
Os pedetistas afirmaram que a decisão é mais uma manifestação contrária a Bolsonaro do que uma “carta branca” ao petista e disseram que Ciro não dividirá palanque com o candidato do PT.
PSOL, de Boulos: apoio a Haddad
Guilherme Boulos (PSOL), 10º mais votado (617 mil votos), disse que o segundo turno é “a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe”. O partido anunciou apoio em nota oficial e, na terça-feira, participou de entrevista coletiva ao lado de Haddad.
PPL, de Goulart Filho: apoio a Haddad
Menos votado entre os candidatos (30 mil votos), João Goulart Filho (PPL) chamou Bolsonaro de “filhote da ditadura” e lembrou do golpe militar de 1964, declarando seu apoio a Haddad.
PSDB, de Alckmin: neutralidade
Geraldo Alckmin, do PSDB, foi o quarto mais votado com mais de 5 milhões de votos. Os tucanos optaram por não apoiar nenhum dos dois candidatos e liberar os correligionários para escolha própria. “Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes”, disse Alckmin.
Novo, de Amoêdo: neutralidade.
Com mais de 2,6 milhões de votos, João Amoêdo (Novo) não dará apoio a nenhum candidato no segundo turno. “O cenário presidencial não é o que desejávamos. Manteremos nossa coerência e nossa contribuição à sociedade se dará através da atuação da nossa bancada eleita, alinha com nossos princípios e valores. Mesmo declarando neutralidade o partido faz questão de enfatizar que seus integrantes são ‘absolutamente contrários ao PT’ que dizem ter ideias e práticas opostas às defendidas pela legenda”.
Patriota, de Daciolo: neutralidade
Cabo Daciolo (Patriota), sexto mais votado com mais de 1 milhão de votos, afirmou fazer alianças apenas com Jesus Cristo, criticando os dois presidenciáveis. “Só faço aliança com Jesus Cristo, comigo não tem menos pior. Não fecho nem com um lado que é Maçonaria, nem com outro lado que é comunismo. Tá repreendido, a nação vai ser liberta”, disse o deputado.
MDB, de Meirelles: neutralidade
O presidente do MDB, senador Romero Jucá, divulgou nesta quinta-feira (11) que o partido se manterá neutro na disputa do segundo turno da corrida ao Planalto. O senador informou via Twitter que o “MDB será um partido independente no próximo governo”. No primeiro turno, o partido apoiou a candidatura de Henrique Meirelles (MDB), embora a campanha dele, a mais cara da corrida pelo Planalto, não tenha recebido qualquer doação da legenda. Meirelles ainda não disse se apoiará algum dos candidatos.
Rede, de Marina Silva: neutralidade
Partido liderado por Maria Silva, oitava colocada no primeiro turno, a Rede declarou que não apoiará nenhum dos dois candidatos por não se alinhar com nenhum deles, mas recomendou que seus filiados não votem em Bolsonaro.
“A corrupção sistemática revelada pela Operação Lava Jato foi uma marca dos governos petistas, assim como de boa parcela dos parlamentares que agora estão com o Bolsonaro”, disse em nota a Executiva, que complementou não ter “ilusões quanto às práticas condenáveis do PT”, mas que, “frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente (…) recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro”.
Podemos, de Alvaro Dias: neutralidade
O partido anunciou nesta quarta-feira que não apoiará nenhum dos dois candidatos. Para o Podemos, as candidaturas de Bolsonaro e de Haddad “trazem a marca de uma conflagração que alimenta radicalismos políticos sob a insígnia do ‘nós contra eles’, que ameaçam o próprio processo democrático”. Alvaro Dias não declarou apoio, mas afirmou que não votará no PT.
DC, de Eymael: neutralidade
Décimo segundo colocado, com 41 mil votos, Eymael (DC) adotou a neutralidade para o segundo turno. “No segundo turno da eleição 2018 para presidente da República, ficam todos os filiados à Democracia Cristã (DC), no Brasil e exterior, liberados para votar conforme seu entendimento, tendo como objetivo o fortalecimento da democracia no Brasil”.
PSTU
O PSTU, da candidata Vera Lúcia, 11ª colocada com 55.762 votos, não se manifestou até o momento.
Os outros partidos
Assim como os partidos que tiveram seus próprios candidatos, as outras siglas têm evitado tomar lado para o segundo turno, com exceção de PTB e PSB. O primeiro escolheu apoiar Bolsonaro e o segundo, o PT.
Apoia Bolsonaro: PTB
Apenas o PTB já definiu que irá apoiar Bolsonaro no segundo turno. A sigla apoiava o tucano Alckmin no primeiro turno e divulgou comunicado assinado por seu presidente Roberto Jefferson com apoio ao capitão reformado.
“O PTB acredita que as propostas de Bolsonaro visam um Brasil com mais empregos e melhoria de renda aos trabalhadores; com menos impostos e menos gastos públicos; e que respeite nossos municípios e nossas crianças, proporcionando a elas educação de verdade e com qualidade. Dentre outros, são projetos que objetivam um país eficiente e competitivo”.
Apoia Haddad: PSB
O PSB divulgou apoio à candidatura do petista no segundo turno, mas permitiu que Distrito Federal e São Paulo mantenham a neutralidade já que ambas unidades da federação têm segundo turno para o governo. A decisão da Executiva Nacional julgou que Haddad representa o “campo democrático” nessa disputa e avaliou que, com o impedimento de apoiar Bolsonaro no primeiro turno, seria incoerente fazer o oposto agora.
Ficaram neutros: PP, PR, PRB, DEM, PPS e Solidariedade
PP, PR, PRB e Solidariedade, que apoiaram Alckmin no primeiro turno, anunciaram a neutralidade na disputa presidencial para o segundo turno. O mesmo caminho tomou o DEM ao afirmar que seus “líderes e militantes de todo Brasil liberados para, seguindo as suas convicções, apresentarem a sua manifestação de voto neste segundo turno”. O presidente da legenda, porém, ACM Neto, declarou apoio individual a Bolsonaro.
A executiva nacional do PPS liberou seus filiados para que escolham quem irão apoiar neste segundo turno e afirmou que fará oposição ao próximo governo, independentemente do eleito.
Não decidiu
O PV, que compunha chapa com Marina Silva, com Eduardo Jorge como candidato a vice, ainda não se pronunciou sobre qual candidato receberá apoio no segundo turno.
Fonte: Uol