A Marcha tem que ser para Jesus, mas não sei se o cristianismo atual tem intenções de romper relações com Mamom
A manifestação ecumênica, porém evangélica, intitulada “Marcha para Jesus” já acontece no Brasil desde 1993, em 2009, por meio da Lei Federal nº 12.025, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como evento do calendário nacional. O primeiro registro da “March For Jesus” é de 1987 na cidade de Londres, no Reino Unido.
No Brasil a Marcha para Jesus tem (ou tinha) como objetivo louvar, testemunhar e pregar o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Porém, mais uma vez o movimento cristão não resistiu aos encantos do poder político e se corrompeu. O que era uma manifestação genuinamente cristã, se transformou em plataforma, em palanque para políticos vomitarem ataques contra as autoridades constituídas, mentiras, gravar, recortes para as redes sociais. Sem “perceber” se consagra comportamentos totalmente contrários aos ensinos do Cristo.
É histórico a corrupção da conduta do que chamam igreja, ainda que queiram fazer distinções entre “Igreja Instituição” e “Igreja Corpo de Cristo”, embora essas justificativas não sirvam quando se trata do próximo, de outros movimentos.
Em Atos dos Apóstolos temos os registros de uma comunidade comprometida com a pregação, oração, louvor e amor ao próximo. A preocupação com o próximo era tão fantástica que repartiam bens para que não houvesse necessitados. Mas, a experiência durou pouco.
Depois do I Século D.C., temos a sistematização de condutas contraditórias aos ensinos de Jesus. Após o Édito de Milão (313 d.C.) o cristianismo se institucionaliza, vai se tornando poderoso politicamente, papas disputando poder com reis e imperadores, uso da força e da violência em nome da fé, Inquisição e as Cruzadas ceifando vidas, ESCRAVIDÃO.
Vem a Reforma no Século XVI, que nada reformou, o presente é testemunha fiel. Trouxe mudanças importantes, porém, longe de REFORMAR O CRISTIANISMO – Igualmente prendeu, matou e escravizou. Entretanto, a reforma corroborou para mutilação do cristianismo já claudicante, fez proliferar em grau maior novos movimentos e, cada um com visão de Deus distinta – Hoje temos uma Babel, Grande Babilônia.
Na modernidade os escândalos e contradições se acumulam, viram capas de revistas e manchetes de sites e jornais. Os políticos melhoraram o desempenho, hoje louvam e pregam nas marchas e igrejas. Com a ascensão da extrema-direita, principalmente as igrejas evangélicas sentiram os impactos terríveis da mistura igreja-política, mas parece que não aprenderam a lição.
Finalmente, a Marcha para Jesus precisa discernir os tempos, os espíritos e os personagens. É preciso se divorciar do espírito politiqueiro que tanto mal faz a igreja. O povo de Deus tem o direito de se politizarem, entretanto, não podem ser manipulados. Não podem entregar o “altar” a Baal, nem serem tomados por Mamom.
Os remanescentes ainda não dobraram seus joelhos, contudo, gemem e choram por desejarem uma Marcha que sirva de ensaio para os portais celestiais, que os conduza a um caminhar mais próximo de Cristo e que se manifeste em amor ao próximo, em transformação histórica.
A Marcha tem que ser para Jesus, mas não sei se o cristianismo atual tem intenções de romper relações com Mamom.