A Polícia Civil do Pará, por meio da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DRFVA), deflagrou uma operação que resultou na prisão de nove pessoas, entre elas, três servidores do Detran e um ex-servidor do órgão de trânsito. Quatro das prisões foram efetuadas na capital paraense.
A “Operação Loki” é resultado de uma investigação iniciada em julho de 2018, para apurar os crimes de organização criminosa, furto qualificado, estelionato, receptação, uso indevido de selo público, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistema informatizado, corrupção ativa e corrupção passiva, praticados no período de março a julho daquele ano, em diversos municípios paraenses e outros Estados da Federação.
O trabalho de investigação contou com o apoio do Núcleo de Inteligência Policial (NIP), e das Delegacias de Almeirim e Bragança (PA), Riachão do Jacuipe (BA); Núcleo de Inteligência de Alagoas; Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos de Sergipe (DRFV/SE) e ainda contou com a parceria da Direção Geral do Detran do Pará.
As investigações da DRFVA do Pará mostraram a existência de uma cadeia de delitos iniciada após o aluguel de carros seminovos junto a empresas especializadas seguido da transferência fraudulenta de propriedade, culminando na venda a terceiros de boa-fé e posterior divisão dos lucros entre os envolvidos.
O alvo dos criminosos eram carros fabricados em 2017 e 2018 e quase sempre de alto padrão. Os locatários eram recrutados em estados distintos daqueles em que celebravam os contratos, como forma de dificultar as investigações. Após a locação, esses veículos eram transferidos para nomes de pessoas físicas, por servidores do Detran/PA envolvidos no esquema.
Em seguida, outro servidor inserido no setor de arquivo do Detran/PA desviava os documentos decorrentes das transferências (CRV/CRLV), fornecendo-os a despachantes que, por sua vez, os entregavam aos estelionatários responsáveis pela venda dos automóveis. Alguns desses veículos ainda passavam por uma segunda transferência antes de serem oferecidos à venda, com o objetivo de fazer constar no CRV, como proprietário anterior, o nome de uma pessoa física em vez de uma locadora, dificultando, desse modo, a detecção da fraude.
Com a posse dos automóveis e munidos dos respectivos CRV’s e CRLV’s legítimos (materialmente), mais identidades falsas, em nome das pessoas que figuravam como proprietárias nos documentos, os estelionatários do grupo não tiveram dificuldades de vender os carros a terceiros, que, de boa-fé, acabam pagando valores próximos aos de mercado. Além das 9 prisões acima, foram recuperados 18 dos 67 veículos identificados como produto dos crimes.
Fonte: Dol