Vamos falar sério: enquanto o Brasil e o mundo olham para a Amazônia como o último bastião da vida no planeta, a bancada federal do Pará decidiu dar um tiro no pé — ou melhor, um tiro na própria floresta.
Na madrugada da última votação do PL 2.159/2021, aquela tal “Lei Geral do Licenciamento Ambiental” que promete liberar geral para tudo que destrói a Amazônia, dois deputados do Pará foram os únicos que tiveram coragem de dizer NÃO. Dois! Airton Faleiro e Dilvanda Faro, ambos do PT. Os outros, todos os outros,
colocaram o dedo no botão do “sim” e fecharam os olhos para o que está por vir.
É para chorar ou rir de desespero? A bancada paraense, que deveria representar o povo que vive no meio da floresta, os ribeirinhos, os quilombolas, os indígenas, escolheu representar quem? O agronegócio, as madeireiras, os grileiros.
Vamos chamar as coisas pelo nome: é uma venda escancarada da floresta, da água, do futuro.
Não se trata de desburocratizar, mas de dar carta branca para o desmatamento, a grilagem, a expulsão de quem planta a vida na Amazônia. É um convite oficial para que empresas e latifundiários passem por cima da lei, do meio ambiente e dos direitos dos povos tradicionais.
E os nomes? Ah, que vergonha! Quer que eu recite?
Delegado Éder Mauro, Joaquim Passarinho, Júnior Ferrari, Andreia Siqueira, Antônio Doido, Delegado Caveira, Dra. Alessandra Haber, Henderson Pinto, Keniston Braga, Olival Marques, Pastor Cláudio Mariano e Raimundo Santos.
Cada um desses colocou no voto um carimbo para legalizar a destruição.
Enquanto isso, só dois tiveram o mínimo de decência e consciência: Airton Faleiro e Dilvanda Faro.
Você, morador da floresta, do interior, que vê o fogo avançar, a água sumir e o rio secar, guarde esses nomes.
Eles votaram contra você.
Mas não é para se desesperar. É para cobrar. É para gritar. É para não deixar essa história se apagar.
Porque a floresta não vai esquecer. Nem a gente.