O fidalgo Pero Vaz de Caminha nasceu em 1450 na cidade do Porto, em Portugal, filho de um Cavaleiro do Duque de Bragança, casado com Dona Catarina com quem teve uma filha de nome, Isabel Cirstina.
Em Portugal foi vereador em 1497 no Porto e exerceu os cargos de escrivão e tesoureiro.
Esquadra de Cabral
Pedro Álvarez Cabral foi nomeado pelo rei D. Manuel para comandar uma esquadra de 13 navios em expedição às Índias. Pero Vaz de Caminha é nomeado como escrivão pelo rei para feitoria que seria erguida em Calecute, por essa razão estava na esquadra de Cabral.
A esquadra de Cabral partiu de Lisboa, Portugal, no dia 8 de março de 1500, composta de 1.500 homens, entre eles navegadores experientes como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho, além de cientistas, padres, soldados e comerciantes. Chegando na costa brasileira em 22 de abril de 1500.
Essa esquadra só voltará para Lisboa, em Portugal, no dia 21 de julho de 1501, com apenas seis das 13 embarcações que haviam partido.
A Carta de Pero Vaz de Caminha
A carta foi intitulada “Carta a el- Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil”, escrita para o Rei Manoel I de Portugal, em 1.° de maio de 1500. O objetivo era o de relatar as primeiras impressões da terra “descoberta”: natureza, paisagem e povos indígenas.
A carta é considerada de grande valor histórico do Brasil, é o primeiro documento onde o País é mencionado. Na literatura esse período foi chamado de Quinhetismo caracterizada pela literatura de informação.
A carta só foi descoberta no século XVIII por José de Seabra da Silva. A primeira publicação da carte no Brasil se deu em 1817, na obra “Corografia Brasilica”.
Morte de Caminha
Pero Vaz de Caminha morre em Calecute, na índia, em 1500, aos 50 anos, vitimado em combate contra os mulçumanos.
Trechos da Carta
“E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas (…). E quarta-feira seguinte, pela manhã topamos aves (…). Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz.”
“Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos.”