Advogadas de todo o Brasil iniciaram um protesto nacional contra a redução de profissionais mulheres a um papel de coadjuvantes de homens advogados ou autoridades.
O movimento foi motivado por uma matéria jornalística que, ao citar a advogada Danyelle Galvão — profissional com 20 anos de carreira e juíza do TRE-SP —, deu ênfase ao fato de ela ser “namorada de José Dirceu”, relegando suas conquistas profissionais.
Diversas entidades se manifestaram. A vice-presidente da OAB-SP, Daniela Magalhães, afirmou que: “Diuturnamente mulheres com trajetórias profissionais brilhantes seguem sendo apresentadas como verdadeiros complementos de homens ao seu entorno, tratadas como “filha de”, “esposa de” ou “sócia de”, como se suas biografias fossem notas de rodapé da história deles”. Ela complementou que “Essa lógica apaga diplomas, pesquisas, cargos conquistados e décadas de dedicação, para reduzir toda uma vida de trabalho a um vínculo afetivo ou familiar”.
O Instituto de Garantias Penais (IGP) lamentou que formadores de opinião “ainda reforcem estereótipos machistas que perpetuam desigualdades estruturais e tentam reduzir mulheres a narrativas alheias às suas conquistas”.
Maria Claudia Bucchianeri, ex-ministra do TSE, ressaltou que “É doloroso perceber que carreiras jurídicas consolidadas e reconhecidas, construídas por décadas de esforço e renúncia, sejam absolutamente apagadas e desconsideradas e que mulheres advogadas tenham seu perfil reduzido ao status de seus companheiros de vida”.
Com informações da Veja.

É uma realidade extremamente dolorosa, perceber que em pleno século 21, ainda persista esses tipos de comentários e comportamentos misóginos. Ainda mais, danoso é quando tais crimes são cometidos, por formadores de opiniões e por outros, que são supostamente defensores da justiça em nosso País. Que seja logo aprovado pelo congresso o PL 896/2023, que irá tipificar ou equiparar essa postura ao racismo.