“Quadrinhos à margem”: Um olhar sobre identidade e pertencimento no interior do Pará

A arte e a beleza frequentemente florescem longe dos holofotes principais, e o projeto “Quadrinhos à Margem” é uma prova viva disso. Contemplado pelo edital de Artes Visuais da Lei de Incentivo à Cultura Paulo Gustavo, esta iniciativa pioneira reuniu sete talentosos artistas interioranos para criar uma coletânea de histórias em quadrinhos que transcende as convenções estéticas tradicionais.

Com um foco profundo em pertencimento e identidade, cada artista foi convidado a explorar e representar as raízes de suas cidades natais — lugares como Bragança, Bujaru, Cametá, Abaetetuba e Nova Ipixuna, no estado do Pará.

Suas obras não são apenas ilustrações; são narrativas que evocam memórias, afetos e movimentos artísticos locais, construindo uma identidade própria que ecoa a diversidade cultural e geográfica da região.

O diferencial do “Quadrinhos à Margem” está na utilização de técnicas tradicionais de pintura. Cada história foi feita à mão, usando materiais como tinta a óleo, tinta acrílica, aquarela e guache. Essa abordagem artesanal dá uma dimensão tátil e autêntica às obras, conferindo a cada página uma textura única que reflete a individualidade de cada artista.

Ao todo, o projeto resultou em oito quadrinhos distintos, cada um com sua narrativa e estilo, mas todos conectados pela temática central de pertencimento. A capa, concebida por Felipe Furtado em colaboração com Hélio Augusto, encapsula a essência do projeto: uma jornada visual que busca dialogar sobre onde realmente pertencemos.

Felipe Furtado além de ser um dos artistas envolvidos, é também o organizador do projeto que conta com outros talentosos artistas como July Silva, Alexya Queiroz, Matheus Siqueira, Dias Júnior, José Henrique e Taete Cavalcante.

“Quadrinhos à Margem” é mais do que uma coletânea de histórias; é uma declaração artística que desafia o circuito cultural centralizado, dando visibilidade às vozes que emergem das margens. Essas histórias poéticas e experimentais nos convidam a refletir sobre o que significa pertencer, tanto a um lugar quanto a uma cultura.

É uma obra que celebra a riqueza das identidades locais e a força da arte como um meio de expressão e resistência.

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