Semana dos Povos Indígenas no PA discute a igualdade de gêneros

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Semana dos Povos Indígenas no PA discute a igualdade de gêneros
Considerado o maior do gênero no Estado, o evento promove debates enquanto os esporteS praticado nas aldeias e a cultura ancestral ocupam a praça principal da cidade. Imagem: Reprodução

Cerca de 5,5 mil índios de dez etnias são esperados para a 6ª Semana dos Povos Indígenas, que ocorre entre os dias 15 e 19 de abril, em São Félix do Xingu, sudeste do Pará. Com o tema “O empoderamento da mulher indígena”, o evento reúne os principais militantes dos direitos indigenistas no Brasil estarão no encontro. Considerado o maior do gênero no Estado, o evento promove debates enquanto os esporteS praticado nas aldeias e a cultura ancestral ocupam a praça principal da cidade.

O crescimento da representação feminina nas comunidades indígenas é uma das pautas levantadas pelos movimentos sociais junto à Organização das Nações Unidas (ONU) (Foto: Thiago Gomes/Agência Pará)

O crescimento da representação feminina nas comunidades indígenas é uma das pautas levantadas pelos movimentos sociais junto à Organização das Nações Unidas (ONU) (Foto: Thiago Gomes/Agência Pará)

A chegada dos índios à cidade está marcada para as 17h do dia 15. Cerca de 70 embarcações se encontram na confluência dos rios Xingu e Fresco, em frente a São Félix, trazendo homens, mulheres e crianças preparados para a semana festiva. Logo em seguida, a organização do encontro faz uma reunião com os líderes de cada etnia – caciques, chefes guerreiros ou chefes de esporte – para fazer o sorteio dos jogos. Na ocasião, eles também recebem todo o material esportivo das competições.

Representação

O primeiro dia da Semana dos Povos Indígenas começa com o debate sobre o empoderamento da mulher indígena. Estão confirmadas para este momento, que será o ponto alto das discussões, os maiores nomes do movimento indigenista do País. Entre eles estão Sônia Guajajara (MA), coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), e Nara Baré (AM), titular da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Também confirmaram presença as paraenses Ângela Kaxuyana, Puyr Tembé, Concita Somprê e Tuíra Kayapó.

O crescimento da representação feminina nas comunidades indígenas é uma das pautas levantadas pelos movimentos sociais junto à Organização das Nações Unidas (ONU). “Queremos acabar com os estigmas que envolvem a mulher indígena. Não somos apenas belas e exóticas. Não fazemos apenas artesanato e trabalhos manuais. Em muitos casos, comandamos tribos, somos responsáveis pelas plantações, cuidamos da roça e dos filhos e ainda tomamos as decisões que, mais tarde, serão a palavra final em uma discussão”, defende Puyr Tembé, gerente de Promoção e Proteção dos Direitos dos Povos Indígenas da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

Jogos

Às 19h da segunda-feira (16), a Semana dos Povos Indígenas é oficialmente aberta, com apresentações culturais, exposição de artesanato e a aplicação da tradicional pintura corporal. Na ocasião, o músico Mokuka Kayapó vai entoar o Hino Brasileiro na sua língua materna. As competições começam às 7h do dia seguinte e ocorrem nas seguintes modalidades: futsal, arco e flecha, cabo de guerra, atletismo, vôlei e futebol de campo – estas duas últimas apenas no masculino. Após os jogos, à noite, tendas vão expor e comercializar o trabalho de cada etnia.

Na quarta-feira (18), é eleita a Miss Indígena e as tribos apresentam mais danças. No Dia do Índio (19) ocorrem as finais das competições, pela manhã, e uma caminhada pelas principais ruas da cidade, à tarde, defendendo um tema definido pelos próprios indígenas durante a semana. A organização espera a participação de dez mil pessoas por dia de evento, entre índios e não-índios.

História

A Semana dos Povos Indígenas começou como evento local, uma iniciativa da Prefeitura de São Félix do Xingu para dar espaço e voz aos Kayapós, a tribo mais representativa da região, mas cresceu e hoje é o maior encontro anual de etnias do Estado. Além de ser uma arena multicultural, tornou-se espaço de reflexão e acolhimento. Graças ao apoio de diversas instituições, uma gama de serviços é levada aos índios, como a emissão de documentos que dão acesso a direitos, atendimentos médicos e capacitações profissionais.

Este ano, mais uma vez, a ação de cidadania estará presente, garantindo a emissão de documentos (carteira de trabalho, RG e certidão de nascimento), atendimentos jurídicos, de saúde e odontológico, e de assistência social, como a inscrição dos índios no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal e acesso aos principais programas sociais da União, como o Bolsa Família. “É uma lógica que se inverte com a Semana dos Povos Indígenas. Antes os indígenas tinham de ir a Belém atrás desses atendimentos. Agora o governo traz esses benefícios à população”, constata Viviane.

O atendimento é oferecido em conjunto pelas secretarias de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Saúde Pública (Sespa), Educação (Seduc), Turismo (Setur) e Justiça e Direitos Humanos (Sejudh); Pro Paz e Defensoria Pública. Como nos anos anteriores, a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) vai promover oficinas do programa Biizu – de fotografia, audiovisual e elaboração de texto – atividade bastante aguardada pelos indígenas. “Eles se apropriam desses conhecimentos sobre a comunicação e transformam a própria realidade nas aldeias. É um mundo que se abre em diversas plataformas”, afirma a organizadora do evento.

Serviço

6ª Semana dos Povos Indígenas – 15 a 19 de abril, no município de São Félix do Xingu. Mais informações no site do evento.

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Fonte: G1

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