Tenório Júnior em bilhete “volto logo” nunca mais voltou – Torturado e assassinado.

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Tenório Júnior em bilhete "volto logo" nunca mais voltou - Torturado e assassinado.
Foto: Reprodução

“Vou sair para comer um sanduíche e comprar um remédio. Volto logo.”. Nunca mais voltou.

Tenório Júnior, o Tenorinho, morreu aos 35 anos, em Buenos Aires, na Argentina, em 27 de março de 1976 quando acompanhava os artistas brasileiros Vinícius de Moraes e Toquinho em um show na capital argentina.

Segundo relatos Tenório Júnior saiu do hotel deixando um bilhete Vou sair para comer um sanduíche e comprar um remédio. Volto logo.” 

Informações dão conta que Tenório foi sequestrado pelo serviço secreto da Marinha da Argentina em 18 de março, confundido com ativista político o torturaram e o mataram.

Captura de Tenório Júnior

Anos após seu desaparecimento, Claudio Vallejos, torturador e ex-integrante do serviço secreto da Marinha argentina, revelou à Revista Senhor que Tenorinho tinha sido preso na rua por uma patrulha do regime militar. Abordado por agentes da repressão de uma ditadura que estava prestes a ser instaurada, o pianista foi confundido com um ativista político e colocado num Ford Falcon verde enquanto caminhava a poucos metros do hotel Normandie.

Tenório Júnior em bilhete "volto logo" nunca mais voltou - Torturado e morto.
Tenório Junior considerado um dos grandes da Bossa Nova

Ainda segundo Vallejos, Tenório foi levado para a Escola Superior de Mecânica da Armada (Esma), principal centro de tortura do Exército argentino em Buenos Aires, onde foi brutalmente torturado. Quando se deram conta de que ele não era um militante, Tenorinho estava tão machucado que os repressores decidiram matá-lo.

Claudio Vallejos também afirmou “Matei pelo menos 30 pessoas e perdi a conta daqueles que torturei, perdi a conta daqueles que torturei e acabaram mortos”, à revista Fatos.

Prisão de Vallejos

Vallejos foi preso em 2010 por estelionato e falsificação. Liberado, tempos depois, novamente preso por estelionato, em janeiro de 2012. A sua prisão havia sido pedida à Interpol pelo procurador federal argentino que cuida da ação penal ligada à Operação Condor (aliança político-militar entre as ditaduras de ArgentinaBrasilChile e Uruguai, nas décadas de 1970 e 1980). O procurador argentino pediu sua extradição ao governo brasileiro. Em 27 de março de 2013, Vallejos foi entregue pela Polícia Federal à polícia argentina, no aeroporto de Florianópolis.

Até hoje o crime continua em pune.

 

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Claudio Vallejos torturador extraditado para Argentina

 

 

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