Governador Almir Gabriel, natural de Castanhal, em enquete realizada no TN BRASIL TV foi eleito como o “Melhor Governador do Pará” com 36,8% dos votos. O segundo colocado Simão Jatene, 31,0%, em terceiro lugar o então governador Helder Barbalho com 14,8%, Hélio Gueiros na quarta posição com 6,5%, Ana Júlia Carepa em sexto com 5,8%, Jader Barbalho 5,2% na sétima posição. Carlos Santos não pontuou.
Como forma de colaborar com a nova geração quanto a história e legado do ex-governador nascido em 18 de agosto de 1932, em Castanhal, resolvemos publicar breves anotações sobre sua peregrinação na política paraense.
Doutor Almir
Formado em medicina pela Universidade do Pará, em 1956. Em 1957 tornou-se médico da Petrobras com especialização em cirurgia torácica no Serviço Nacional de Tuberculose, no Rio de Janeiro, concluído em 1958. Em 1966 fez curso de especialização em cirurgia cardiovascular no Instituto de Cardiologia da Secretaria de Saúde Pública e da Assistência Social do Estado de São Paulo.
Política
– Partidos: O ex-governador do Pará passou pelos seguintes partidos, ARENA (1966-1979), PDS (1980-1984), PMDB (1984-1989), PSDB (1989-2011) e PTB (2011-2013).
– Prefeito: Em 1983 o Brasil ainda vivia na Ditadura Militar existindo o que ficou conhecido como “cargo biônico” quando o político era alçado a determinado cargo sem o “sufrágio universal”, no caso de Gabriel foi Jader Barbalho que o nomeou prefeito de Belém de 1983 a 1 de janeiro 1986.
– Senador Constituinte: Em 1986 elegeu-se Senador pelo PMDB com 463.774 votos – 1.º de fevereiro de 1987 a 1.º de janeiro de 1995.
Almir Gabriel disputou as eleições presidências em 1989 como vice na chapa de Mário Covas ficando na quarta colocação. Fernando Collor foi eleito presidente com 35.089.998 votos, contra 31.076.364 de Lula.
– Duas vezes Governador: Nas eleições de 1994 após perder no 1ºturno, no 2º turno virou o jogo e derrotou Jarbas Vasconcelos, do PPR (Partido Progressista Reformador, hoje PP) recebendo 870.827 votos, governando de 1 de janeiro de 1995 a 1 de janeiro de 1999.
Almir Gabriel, ainda no PSDB, se reelegeu nas eleições de 1998 após vencer Jader Barbalho com exatos 981.409 votos. Em 1990 Almir ficou em terceiro, com vitória de Jader Barbalho que governou o estado de 15 de março de 1991 a 3 de abril de 1994.
Derrota em 2006 e alguns causos curiosos:
Talvez uma das derrotas mais duras é a que sofreu no pleito de 2006, após vencer o 1ºTurno com 1.370.272 votos, contando com uma coligação de 15 partidos, sofreu uma virada espetacular promovida por Ana Júlia Carepa, do PT.
Em 2010 apoiou Ana Julia, que perdeu o pleito para Simão Jatene (seu pupilo), do PSDB, que havia sido apoiado por Almir em 2002 quando se tornou governador, abrindo mão da reeleição 2006 em favor de Almir, que perdeu para Júlia – de fato a política é dinâmica.
Legado
O ex-governador é um dos personagens principais da história política do Pará que mais investiu em obras como o complexo de pontes e estradas conhecido como Alça Viária, Tramoeste.
Os dois mandatos de Almir Gabriel à frente do governo do Pará foram marcados por investimentos em infraestrutura, saúde, educação, turismo e outros: Tramoeste e Luz no Campo, o novo Estádio Olímpico, a Macrodrenagem, o porto de Vila do Conde, novo Aeroporto Internacional, reformulação da orla do Maçarico, em Salinópolis, reforma e construção de escolas, cerca de 900. Conclusão do Hospital das Clínicas, interiorização da UFPA e da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), Projeto Feliz Lusitânia, Macrodrenagem da Bacia do Una, recuperação do Forte do Presépio e da Santa Casa, “construção” da Estação das Docas, do Planetário do Pará, do Parque da Residência. Reformas do Forte do Castelo de Belém, a Casa das Onze Janelas, a Catedral da Sé e a Igreja de Santo Alexandre.
Defendeu o rompimento de relações diplomáticas com países praticantes de política de discriminação racial, e a criação de um fundo de apoio à reforma agrária e da desapropriação de áreas consideradas produtivas para fins de reforma agrária. Gabriel foi contra a legalização do Jogo Bicho.
Polêmica
Conhecido como Massacre de Eldorado do Carajás (conflito agrário), ocorrido em 1996, deixando 21 mortos, 69 sem-terra e 11 policiais feridos é dos pontos negativos de sua história, embora nunca tenha sido culpabilizado oficialmente pelo ocorrido, em seu primeiro mandato. Dos 155 policiais processados, dois comandantes da operação foram condenados.
Morte
Em 19 de fevereiro de 2013 morre, em Belém, vitima de um enfisema pulmonar, sendo sepultado em sua cidade natal, Castanhal.
Sérgio Guerra presidente nacional do PSDB afirmou na ocasião “Seu caráter irretocável e espírito de liderança estão arraigados nos princípios do PSDB, partido que ajudou a fundar em 1988”.
O Senador Mário Couto (PSDB), disse ter aprendido importantes lições “Recebeu um estado deprimido e falido e deixou um estado rico, ordeiro, organizado e cheio de empreendimentos, Almir mudou a história do Pará. Deixa uma saudade profunda. Fica o registro de minha gratidão e gratidão do povo paraense, a um homem que amava sua terra e dedicou sua vida a sua terra. O Pará está de luto”
Hoje fica a critério de quem acompanha a história política paraense ANALISAR, JULGAR E DECIDIR, se os herdeiros políticos honram a história e o legado de Almir Gabriel.