Deputados repercutem vazamento de gás em Marabá e pedem providências

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Foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

Um vazamento, possivelmente de amônia, em um frigorífico da JBS localizado em Marabá, sudeste do Pará, levou ao menos 42 funcionários ao Hospital Municipal de Marabá, nesta segunda (12), e uma delas foi parar na UTI, Unidade de Tratamento Intensivo. A Prefeitura de Marabá confirmou a informação. A notícia levou os deputados a discutirem a situação em plenário, alertarem para a gravidade e pedirem providencias.

O assunto foi trazido pelo deputado Carlos Bordalo (PT), que pediu informações à própria empresa JBS, ao Ministério Público do Trabalho e à Justiça do Trabalho, para, “se for o caso”, posteriormente, fazer uma inspeção nesta unidade industrial. “É preciso que saibamos se houve falhas, porque algo aconteceu de estranho e isto precisa ser investigado”, disse.

Para o parlamentar, é necessário saber se a empresa está cumprindo as normas de uso de substancias tóxicas.

Foto: Ozéas Santos (AID/Alepa)

Segundo trabalhadores ouvidos pela imprensa local, a suspeita é de que o gás que causou a situação seja amônia anidra (amoníaco). É usada na fabricação de fertilizantes, explosivos, produtos de limpeza, produtos farmacêuticos, entre outros.

As empresas de alimentos e de bebidas utilizam toneladas de amônia para refrigeração, congelamento rápido e armazenamento. Nesse processo, Há um grande risco de liberação/vazamento de gás amônia. A sua inalação causa irritação nos olhos, no aparelho respiratório, inchaço das pálpebras, conjuntivite, vomito e irritação na garganta e, em altas concentrações, poderá resultar em mortes.

Foto: Ozéas Santos (AID/Alepa)

O deputado Toni Cunha (PSC), considerou a informação como um fato grave, se solidarizou com as pessoas atingidas e pediu investigação da polícia e do Ministério Público para saber das circunstâncias do vazamento. “Precisamos saber como ocorreu o acidente, se foi mesmo um acidente, se ocorreu por conta de economia de custos ou outras causas. A gente não pode aceitar isso”. Para ele, a importância econômica da empresa para o município e para o Estado não pode redundar no relaxamento, do pouco investimento na proteção dos trabalhadores.

Foto: Ozéas Santos (AID/Alepa)

“O caso é gravíssimo, é um crime contra os trabalhadores e ao meio ambiente, com mais de 100 pessoas intoxicadas, sendo mais de quarenta em atendimento hospitalar e uma em UTI”, sinalizou a deputada Lívia Duarte (PSOL). Para ela, não foi um acidente qualquer. “Se tem relatos frequentes, você tem, no mínimo, um incidente. É preciso que o Ministério Público do Trabalho, o governo do Estado e as políticas públicas do Estado possam enfrentar uma empresa do tamanho da JBS e dizer para ela que o Pará não é bagunça”, cobrou.

Reportagem: Carlos Boução – AID – Comunicação Social

Edição: Dina Santos – AID – Comunicação Social

Fonte: ALEPA