Getúlio Dornelles Vargas foi uma figura central na história do Brasil durante o século XX, tendo servido como presidente do país em dois períodos distintos: de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Sua trajetória política é marcada por profundas transformações na estrutura política, econômica e social do Brasil.
Primeiros anos e ascensão ao poder
Getúlio Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, em São Borja, no Rio Grande do Sul. Advogado por formação, Vargas iniciou sua carreira política como deputado estadual e, posteriormente, como deputado federal. Em 1928, ele foi eleito governador do Rio Grande do Sul, posição a partir da qual começou a articular sua ascensão ao poder nacional.
Revolução de 1930
Em 1930, Vargas liderou a Revolução de 1930, um movimento que pôs fim à República Velha, marcada pelo domínio das oligarquias café-com-leite (São Paulo e Minas Gerais). A insatisfação com o resultado das eleições presidenciais daquele ano, que deram a vitória a Júlio Prestes, catalisou a revolução. Vargas assumiu a presidência provisória em novembro de 1930, inaugurando era na política brasileira.
Era Vargas (1930-1945)
Governo provisório (1930-1934)
Durante o governo provisório, Vargas implementou diversas reformas para centralizar o poder e modernizar a economia. Em 1934, uma nova Constituição foi promulgada, marcando o início do seu governo constitucional.
Estado novo (1937-1945)
Em 1937, Vargas deu um golpe de estado, instaurando o Estado Novo, um regime ditatorial que durou até 1945. Este período foi caracterizado pela repressão política, censura à imprensa e forte controle estatal. Entretanto, também houve significativos avanços econômicos e sociais, como a criação das leis trabalhistas e o incentivo à industrialização.
Anos pós-estado novo e segundo mandato (1951-1954)
Após ser deposto em 1945, Vargas permaneceu ativo na política. Em 1950, ele foi eleito presidente por voto popular, retornando ao poder em 1951. Seu segundo mandato foi marcado por políticas de nacionalismo econômico e desenvolvimento industrial, destacando-se a criação da Petrobras em 1953. Entretanto, seu governo enfrentou crescente oposição e crise política.
Crise e suicídio
A crise política culminou em agosto de 1954, com Vargas sofrendo intensa pressão para renunciar. Em meio a um ambiente de profunda instabilidade e acusações, Getúlio Vargas cometeu suicídio em 24 de agosto de 1954, em seu gabinete no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Sua morte teve um impacto profundo no cenário político brasileiro e gerou uma onda de comoção popular.
Legado
O legado de Getúlio Vargas é complexo e ambivalente. Ele é lembrado tanto por suas contribuições ao desenvolvimento econômico e social do Brasil quanto por seus métodos autoritários e repressivos. Suas políticas trabalhistas e de industrialização deixaram marcas duradouras, fazendo dele uma figura controversa e emblemática na história brasileira.
Em resumo, Getúlio Vargas foi um líder carismático e transformador, cuja atuação moldou de forma significativa o Brasil moderno, deixando um legado que ainda é amplamente debatido e estudado.
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