A Polícia Federal apontou, em relatório sobre um esquema bilionário de fraudes no INSS, que o Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindinapi), cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula, atuou sem validar a biometria facial dos beneficiários — uma exigência estabelecida para autorizar descontos em aposentadorias e pensões.
Segundo a investigação, o INSS permitiu que o Sindinapi e outras entidades continuassem realizando descontos associativos mesmo sem cumprir os critérios de segurança determinados em março de 2024.
Para contornar a exigência, o INSS teria adotado uma “solução biométrica transitória” a partir de junho, permitindo que descontos fossem realizados sem a devida validação. As investigações mostram que muitos aposentados nem sabiam da existência das entidades que realizavam os descontos, o que levantou suspeitas de irregularidades.
Dois altos servidores do INSS, Geovani Batista Spiecker e Alessandro Stefanutto, foram citados no relatório como responsáveis por liberar os descontos de forma indevida e acabaram afastados de seus cargos.
Apesar de Frei Chico estar na diretoria do sindicato, ele não é investigado. O relatório também cita outras entidades supostamente beneficiadas, como a Amar BR e a Masterprev. Além disso, o presidente do Sindinapi, Milton Baptista de Souza Filho, é acusado de usar sua posição para favorecer interesses privados ligados à corretora de seguros Crecresp.
Em resposta, o Sindinapi negou as acusações e afirmou que já utilizava a biometria facial antes da exigência legal.
Com informações da CNN.