Pressionado pelos preços dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou em outubro para 0,94%. Trata-se da maior taxa para o mês desde 1995 e da maior alta mensal desde dezembro do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. A maior contribuição (0,13 p.p.) veio das carnes (4,83%), que apresentaram a quinta alta consecutiva. No ano, a alta chega a 11,4%.
O índice – considerado uma prévia da inflação oficial do país – apresentou forte aceleração em relação ao indicador de setembro, quando teve alta de 0,45%. No ano, o índice agora acumula alta de 2,31% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada é de 3,52%, ainda abaixo do centro da meta para 2020, que é de 4%.
Alimentos voltam a pressionar alta
A alta no mês foi impulsionada por um aumento no segmento Alimentação e Bebidas, que subiu 2,24% e teve o maior impacto (de 0,45 ponto percentual) no índice. A maior contribuição (0,13 p.p.) veio das carnes (4,83%), que apresentaram a quinta alta consecutiva. No ano, a alta chega a 11,4%.
O índice também foi puxado pelos aumentos dos preços do óleo de soja (22,34%), do arroz (18,48%), do tomate (14,25%) e do leite longa vida (4,26%).
Os alimentos para consumo fora do domicílio registraram alta (0,54%), com destaque para a refeição, que acelerou de 0,09% em setembro para 0,93% em outubro. Houve queda nos preços da cebola (-9,95%) e da batata-inglesa (-4,39%).
Entre os nove grupos pesquidados, a segunda maior variação veio dos Artigos de Residência (1,41%), cujos preços subiram pelo sexto mês consecutivo, com destaque para as altas no mobiliário (1,75%) e TV, som e informática (1,68%).
Passagens aéreas soberm 39,90%
O grupo dos transportes teve variação de 1,34%, puxado pelas passagens aéreas, que subiram 39,90% e responderam por 0,13 ponto percentual do IPCA-15 de outubro. A gasolina subiu 0,85% em outubro e o etanol, 2,35%. Já os preços do seguro voluntário de veículo subiram 2,46%, após sete meses consecutivos de quedas.
O único grupo dos nove pesquisados a apresentar queda em outubro foi Educação (-0,02%).
Em outubro, o IPCA-15 subiu em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE. A maior inflação foi registrada na região metropolitana de Fortaleza (1,35%). Já a menor variação foi a da região metropolitana de Salvador (0,43%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados de 12 de setembro a 13 de outubro de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes entre 14 de agosto e 11 de setembro de 2020 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
Confira o resultado de cada grupo
- Alimentação e bebidas: 2,24%
- Artigos de residência: 1,41%
- Transportes: 1,34%
- Vestuário: 0,84%
- Habitação: 0,40%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,28%
- Despesas pessoais: 0,14%
- Educação: -0,02%
Fonte: Extra Globo