O diagnóstico precoce de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um elemento essencial para garantir o desenvolvimento e a qualidade de vida de pessoas com autismo. Identificar o transtorno nos primeiros anos de vida permite que intervenções específicas sejam iniciadas o quanto antes, contribuindo para o progresso social, comunicacional e cognitivo do indivíduo. No entanto, a garantia do diagnóstico precoce e do acesso a tratamentos especializados depende de políticas públicas eficazes e da atuação de profissionais que lutem pela aplicação dos direitos estabelecidos em lei. Nesse cenário, o advogado desempenha um papel crucial como defensor e orientador das famílias.
No Brasil, legislações como a Lei nº 12.764/2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, e a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) asseguram direitos fundamentais, como acesso à saúde, educação e assistência social. Contudo, muitas famílias enfrentam dificuldades em acessar esses direitos devido à falta de informação, estrutura ou descumprimento das obrigações do poder público. É nesse momento que o advogado pode ser o agente que orienta, representa e garante que os direitos das pessoas autistas sejam efetivados.
O papel do advogado vai além da resolução de conflitos jurídicos. Ele também atua como um educador das famílias, informando sobre os direitos previstos em lei e os caminhos administrativos e judiciais disponíveis para exigir o cumprimento dessas garantias. Por exemplo, quando o acesso ao diagnóstico precoce é negligenciado ou as terapias necessárias não são fornecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o advogado pode ingressar com ações judiciais para obrigar o Estado a cumprir sua responsabilidade. Esse apoio técnico é essencial para que as famílias não fiquem desamparadas diante de um sistema muitas vezes inacessível.
Além disso, o advogado também tem um papel importante na fiscalização das políticas públicas voltadas para pessoas com autismo. Por meio de ações coletivas ou individuais, ele pode questionar a ausência de programas de atendimento especializado, a carência de profissionais capacitados ou a inadequação de recursos educacionais. Ao atuar dessa forma, o advogado contribui para o fortalecimento de uma sociedade mais inclusiva, onde o diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado não sejam privilégios de poucos, mas um direito garantido a todos.
Por fim, o trabalho do advogado em defesa dos direitos de pessoas com autismo reforça a importância de um sistema legal que promova inclusão e igualdade. Com sensibilidade e conhecimento técnico, o advogado se torna um aliado indispensável para as famílias, ajudando a superar barreiras burocráticas e a transformar o acesso ao diagnóstico precoce e às políticas públicas em realidade. É por meio dessa atuação comprometida que podemos avançar na construção de uma sociedade mais justa e acolhedora para pessoas com autismo e suas famílias.