A defesa de Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta quinta-feira (21) e afirmou que o ex-presidente “jamais descumpriu qualquer medida cautelar previamente imposta”. A declaração ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimar os advogados para que prestem esclarecimentos em até 48 horas sobre supostas violações das restrições judiciais.
A intimação, emitida às 20h34 de 20 de agosto, estabeleceu o prazo para que a defesa de Bolsonaro responda a três questionamentos do ministro: se o ex-presidente violou as medidas cautelares, se manteve as condutas sob investigação da Polícia Federal e se há risco de fuga do país. Os advogados Celso Vilardi, Paulo Bueno e Daniel Tesser informaram que irão cumprir o prazo.
INTIMAÇÃO
A nova ordem de Moraes está diretamente ligada ao indiciamento de Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela Polícia Federal (PF). A investigação, que apura a atuação do congressista nos Estados Unidos, concluiu que a dupla cometeu o crime de coação no curso do processo, buscando interferir na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, na qual Bolsonaro é o principal réu.
No relatório de 170 páginas, a PF aponta que Bolsonaro compartilhou vídeos sobre sanções dos EUA contra o Brasil e divulgou eventos, o que poderia violar a ordem judicial que o impede de usar redes sociais, mesmo por intermédio de terceiros.
Outro ponto crucial do relatório é a minuta de um pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, encontrada no celular do ex-presidente. Para a PF, o documento indica um “comprovado risco de fuga” do país.
A investigação aponta que Bolsonaro, Eduardo, o jornalista Paulo Figueiredo e o pastor Silas Malafaia atuaram em um esquema para coagir integrantes do Judiciário e do Legislativo, com o objetivo de influenciar decisões em benefício próprio.
Fonte: Jurinews