Pelo menos 73 palestinos foram mortos neste domingo (20) enquanto tentavam conseguir alimentos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. A maioria das vítimas foi alvejada ao norte do território, em meio à distribuição de mantimentos, onde testemunhas relataram disparos de militares israelenses contra a população.
Além das mortes, mais de 150 pessoas ficaram feridas — algumas em estado crítico. Ao todo, quase 90 mortes foram registradas ao longo do dia em diferentes ataques na região, e 495 pessoas ficaram feridas durante o fim de semana.
Organizações locais denunciam que desde maio, ao menos 890 pessoas morreram tentando obter comida em Gaza. Parte dessas mortes está associada a pontos de distribuição operados pela Gaza Humanitarian Foundation, uma ONG ligada ao governo israelense e com apoio dos EUA. A entidade é acusada de instrumentalizar a ajuda humanitária, atraindo civis para locais de risco, o que, segundo especialistas, configura violação do direito internacional e pode ser caracterizado como crime de guerra.
A ONU confirmou em relatório recente que ao menos 674 pessoas morreram em contextos semelhantes desde o início das operações da fundação.
A guerra entre Israel e o Hamas já causou, de acordo com dados palestinos, mais de 58 mil mortes e quase 141 mil feridos. A fome agrava ainda mais a crise: neste domingo, duas crianças — incluindo um bebê de 35 dias — morreram por desnutrição em hospitais de Gaza. A menina Razan Abu Zaher, de quatro anos, também faleceu em decorrência da fome.
Fonte: Ministério da Saúde de Gaza, Al Jazeera