O povo do Pará escolheu a mudança e a esperança num futuro melhor

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Aos 39 anos, Helder Zahluth Barbalho, foi eleito governador do Estado pela primeira vez, pondo fim a uma hegemonia tucana de décadas no Estado. É um dos mais jovens gestores escolhidos pela população paraense, e irá assumir em meio a uma série de problemas deixados pelo PSDB na gestão e um sentimento de renovação nacional deixado pelo povo nas urnas em todo o País.

Ele nasceu em Belém do Pará, no dia 18 de maio de 1979. É o presidente em exercício do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Pará. Graduou-se em Administração no ano de 2002, pela Universidade da Amazônia (Unama), em Belém. É pós-graduado na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, com o título de MBA Executivo em Gestão Pública.


Os deputados federais reeleitos Elcione Barbalho e Priante também participaram da comemoração, junto com o filho do governador eleito, que também se chama Helder (Foto: Pedro Guerreiro/Diário do Pará)

Helder é filho de Jader Barbalho e Elcione Zahluth Barbalho. É casado com a advogada Daniela Lima Barbalho, com quem tem seus três filhos, Helder Filho, Thor e Heva. Em 1997, com 18 anos, filiou-se ao PMDB no Pará – como era chamado o atual MDB, quando iniciou sua trajetória política na militância do movimento estudantil. Presidiu a juventude do partido no Estado e foi secretário geral da juventude Nacional do PMDB.

No ano 2000, foi o vereador mais votado de Ananindeua com 4.296 votos. Dois anos depois se elegeu deputado estadual, também o mais votado, com 68.474 votos. No Legislativo Estadual, apresentou projetos direcionados em especial às questões de segurança, educação e de combate às desigualdades sociais. Presidiu e foi relator da Comissão das leis orçamentárias.

Helder assumiu a Prefeitura de Ananindeua, terceira maior cidade da Amazônia, com 25 anos de idade, em 2005, tornando-se o prefeito mais jovem da história do Pará. Ainda como prefeito de Ananindeua, Helder assumiu a presidência da Federação das Associações dos Municípios do Estado do Pará (Famep). Em 2008, concorreu à eleição em Ananindeua, e ganhou, no 1º turno, com 93.493 votos.

MINISTÉRIOS

O governador realizou um choque de gestão no município, com várias medidas, entre as quais a redução de 30% dos salários do prefeito e dos secretários e recebeu o Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar em 2007, 2010 e 2012. Recebeu também o Prêmio de Prefeito Empreendedor, do SEBRAE Pará, nos anos de 2008 e 2010, pelo incentivo dado à geração de emprego e renda para a população de Ananindeua.

Ganhou, ainda, o Prêmio Objetivos de Desenvolvimento do Milênio do Brasil, com o Projeto Escola Ananindeua, e recebeu em 2012 o Selo Unicef Município Aprovado com relação as ações implementadas nos anos de 2009 a 2012.

Em 2011 foi reeleito por unanimidade para continuar à frente da Famep, presidindo a entidade até abril de 2014. Em 2012 assumiu a vice-presidência do PMDB Pará. Helder atuou como Ministro da Pesca e Aquicultura, de janeiro de 2015 a outubro de 2015. Foi ainda ministro da Secretaria Nacional dos Portos, no período de outubro de 2015 até abril de 2016. E esteve à frente do Ministério da Integração Nacional, uma das principais pastas do Governo Federal, de 12 de maio de 2016 até 6 de abril de 2018.

(Foto: Marco Santos/Diário do Pará)

Uma candidatura que agregou diferentes representações

Ciente de que não é possível realizar um governo agregador sem apoio de várias representações políticas Helder, que se coligou com 15 outros partidos além do MDB, passou as duas semanas até a eleição de ontem dialogando com outros partidos. Mesmo com quem apoiou outras candidaturas no primeiro turno.

Além do próprio vice-governador do Estado, Zequinha Marinho (PSC), recém-eleito para ocupar o Senado em 2019, que participou como aliado em toda a campanha desde o início, se aliançou ainda com Paulo Rocha, candidato ao Governo do Estado pelo PT, que ficou em 3º lugar na contagem de votos. Vários deputados da base tucana que se (re)elegeram também declararam apoio ao recém-eleito governador.

Com isso, Helder deve ter a maioria no legislativo paraense. O emedebista chegou ao 1º lugar já com o apoio dos 16 partidos que compõem sua coligação (MDB, PP, PRB, PR, PSC, PTB, PHS, PMB, Pode, DC, PTC, Patri, PSD, Avante, PSL e PROS), cujas siglas conseguiram eleger vários candidatos aos cargos legislativos. No segundo turno o número de partidos aliados passava de 20, com nomes até do PSDB, partido do atual governador, Simão Jatene, como o de Dr. Daniel, eleito como o deputado estadual mais votado em todo o Pará.

A justificativa desse cenário é a presença constante de Helder, principalmente no interior, enquanto ministro de três pastas do Governo Federal, Pesca, Portos e Integração Nacional, entre 2015 e 2018. Nesse período foram várias as articulações feitas por ele com a União que possibilitaram investimentos e recursos em todas as regiões do Estado.

Outro fator de peso nessa configuração é a insatisfação com a atual gestão, prestes a entregar o cargo após dois mandatos consecutivos, deixando o Estado em condições muito difíceis, principalmente em relação à segurança, educação e saúde.

Durante campanha, Helder percorreu o Estado, ao lado de políticos como o pai, Jader, e Zequinha Marinho para conhecer os problemas da população (Foto: Marco Santos/Diário do Pará)

No fim, o grande derrotado foi o PSDB que usou a máquina do Estado desde antes das eleições

Contra a “máquina” do Estado. Nessa eleição, Helder (MDB) enfrentou não apenas Simão Jatene (PSDB) à frente do Governo do Estado, como também o prefeito de Belém e aliado partidário do governador, Zenaldo Coutinho. Toda a campanha foi permeada por notícias de distribuição milionária e irregular de benefícios ligados a programas como Cheque Moradia, Asfalto na Cidade e Minha Casa, Minha Vida. Nas urnas, a população deu a resposta de que a compra de votos não falaria mais alto do que a necessidade de mudança urgente de gestão.

Só esse ano, a “farra” do “Asfalto na Cidade” distribuiu mais de R$ 200 milhões. Às vésperas do Círio de Nazaré, a Prefeitura de Belém fazia plantão, em pleno feriado, convocando 3,5 mil beneficiários do Viver Belém Minha Casa Minha Vida, de forma urgente, para serem contemplados a menos de duas semanas do segundo turno das eleições. Vale lembrar que o próprio Jatene está cassado pela Justiça Eleitoral desde o início do ano por denúncias de compra de votos durante sua campanha de reeleição, em 2014.

A vitória esmagadora de Helder encerra um período de quase duas décadas de domínio tucano no Estado – interrompidos por um único mandato da então petista Ana Júlia Carepa, hoje do PC do B – entre 2007 e 2010. Os governos são marcados por muitas denúncias aceitas pelo Judiciário de má gestão de recursos públicos, de descontrole da Segurança Pública, além de várias situações de descaso na Saúde e principalmente na Educação, que amargou os piores índices em análises voltadas à qualidade do ensino ofertado neste último mandato.

A última vez que o MDB governou o Pará foi entre 1990 e 1994, com o atual senador da República reeleito, Jader Barbalho, em seu segundo mandato. Foi o responsável pela implantação de quase 150 projetos de infraestrutura realizados nos municípios, sendo que 80% deles foram concentrados em saúde, saneamento, segurança e Educação.

O investimento nos setores mais carentes, aliado a uma moderna prática de combate aos desperdício elevou a credibilidade pública do Estado. A valorização do servidor público foi uma das prioridades da gestão de Barbalho, lembrada até hoje com carinho por servidores e eleitores.


Um dos projetos de Helder no Ministério da Integração Nacional foi o Belém Porto Futuro, que está em obra. Rua Belém já foi inaugurada (Foto: Celso Rodrigues/Diário do Pará)

PROJETO – BELÉM PORTO FUTURO

Durante o período em que esteva na pasta da Integração Nacional conseguiu liberar mais de R$ 700 milhões para serem investidos em saúde, asfalto e pavimentação, saneamento, abastecimento de água, investimentos para o agronegócio, educação, habitação e infraestrutura, para os 144 municípios do Pará.

O projeto “Belém Porto Futuro” é um dos destaques destes investimentos. O projeto vai revitalizar toda a área portuária de Belém com investimento de R$ 31,5 milhões da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional. Além de prevenir enchentes na região, a obra transformará o local em um polo de desenvolvimento.

Fonte: Luiz Flávio e Carol Menezes/Diário do Pará

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