Manobras militares russas perturbam o Ocidente e deixa os americanos furiosos – Quem tem razão?

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26 de janeiro de 2022

Manobras militares russas perturbam o Ocidente e deixa os americanos furiosos - Quem tem razão? — Putin em visita à frota russa, em julho de 2021: tensões crescentes na Ucrânia (AFP/AFP)

A Rússia diz que não deseja invadir a Ucrânia. Mas vem realizando movimentações, manobras militares nos limites com a Ucrânia o que para o Estados Unidos é sinal de invasão iminente.

A Ucrânia e a Rússia faziam parte da extinta União Soviética, nação que existiu de 1922 a 1991, como consequências da Revolução Russa de 1917. Os demais países que integravam o bloco socialistas, são: Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Moldova, Geórgia, Armênia e Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e Turcomenistão.

As tensões entre Rússia e Ucrânia se intensificaram a partir de 2013 quando grupos passaram a defender à aproximação da Ucrânia com a União Europeia e Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criada no contexto da Guerra Fria, em 4 de abril de 1949, com o objetivo de conter o avanço do bloco socialista. A aproximação foi um sinal de afastamento da influência política russa. O que desagradou por completo os russos, que rapidamente anexaram a Crimeia, em 2014, sob a alegação de que estaria defendendo os interesses locais e dos cidadãos de herança russa.

Os Estados Unidos dizem que a qualquer momento a Rússia invadirá a Ucrânia, para isso conta com cerca de 100 mil soldados na fronteira ucraniana, podendo chegar a 175 mil soldados até o fim de janeiro.

Na Rússia se diz que os americanos e Otan desejam derrubar o mandatário russo presidente Vladimir Putin e assumir o controle dos recursos energéticos do país.

Choque entre potências

O fato é que o choque entre nações com o poderio bélico dos americanos e russos seria desastroso, e sem precedentes, podendo arrastar o mundo para uma grande e grave crise. É importante ressaltar que em caso de uma invasão russa, os ucranianos que hoje possuem o terceiro maior exército da Europa ficando atrás apenas da França e da própria Rússia, conta com um exército melhor equipado e treinado, totalmente diferente daquele que viu a Crimeia sumir diante de seus olhos em 2014, como disse Thiago de Aragão, comentarista político. Contudo o tal suporte dado por americanos e outros países daria a Ucrânia condições de resistir por um bom tempo, o que aumentaria a tragédia humanitária, porém sem chances de vencer os russos.

Quem está com a razão nesse “conflito”?

Os russos não aceitam que a Ucrânia se torne membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e assim querem blindar os ucranianos de qualquer investida da União Europeia e da Otan. A Rússia não quer os americanos no quintal de casa. Questão de Segurança Nacional para Rússia.

Por outro lado americanos e europeus entendem que a Ucrânia tem o direito de decidir entrar ou não, se aproximar ou não da Otan e da União Europeia.

Putin, grande estrategista político da nossa era, como forma de cutucar os americanos já manifestou desejo de instalar bases na Venezuela e em Cuba – no quintal americano. Mas os Estados Unidos não aceitam de forma alguma tal investida.

Ameaças econômicas a Rússia, sanções pessoais a Putin em caso de invasão. Por outro lado os russos interromperia o fornecimento de gás russo para o continente. Tudo são cartas lançadas a mesa.

Enquanto isso os mais vulneráveis sofrem nas fronteiras, vitimas da violência e da fome.

Soldado ucraniano na região ucraniana de Donestk: como ocorreu com a Crimeia, áreas do leste do país estão na linha de frente do conflito (Getty Images/ALEKSEY FILIPPOV/AFP)

Com a palavra os bichos

Como dissera o Velho Major na maravilhosa obra “A Revolução dos Bichos” de George Orwell “Não está, pois, claro como água, camaradas, que todos os males da nossa existência tem origem na tirania dos humanos?“.