Planalto ouve de ministros do TSE que ações dependem de ‘robustez de provas’ e quer encerrar casos em 2020

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BRASÍLIA, DF, 06.06.2017: TSE-DF - Prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, onde será julgada a chapa Dilma-Temer, nesta terça-feira (6). (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)

Nesta terça-feira (9), o TSE retoma o julgamento de duas ações sobre supostos ataques cibernéticos em rede social para beneficiar a campanha da chapa presidencial de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão, em 2018.

Nas conversas de bastidores das últimas semanas, interlocutores do presidente Jair Bolsonaro têm ouvido de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que as duas ações que serão julgadas nesta terça-feira (9) não devem preocupar o governo — mas que, atualmente, é “impossível fazer um prognóstico” a respeito das outras ações, pelo menos seis, que estão pendentes na corte eleitoral e pedem a cassação da chapa Bolsonaro e Mourão.

Nesta terça-feira (9), o TSE retoma o julgamento de duas ações sobre supostos ataques cibernéticos em rede social para beneficiar a campanha da chapa presidencial de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão, em 2018.

Nas palavras de um ministro do TSE, “tudo vai depender da robustez das provas”. Principalmente das provas que poderão ser compartilhadas do inquérito das fake news, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Um ministro da corte eleitoral explica que, como essas provas ainda não estão finalizadas, e precisam passar por laudos periciais, ainda vai demorar pelo menos um mês para chegarem ao TSE — se de fato forem compartilhadas.

Isso significa que os desdobramentos das provas irão repercutir nas demais ações que pedem a cassação da chapa presidencial. Sem contar que, enquanto a ação das fake news estiver em curso no STF, material estará sendo produzido — e pode abastecer as ações abertas no TSE. Por isso o governo quer encerrar ambos processos o quanto antes.

Magistrados do TSE ouvidos pelo blog concordam que o melhor seria todos os casos que pedem a cassação da chapa Bolsonaro e Mourão serem encerrados até o fim de 2020 — para evitar uma “espada” na cabeça do Palácio do Planalto, o que, na sua avaliação, desestabiliza ainda mais o cenário politico.

O Planalto conta com o fim dos casos o quanto antes, e, hoje, se diz mais preocupado com o cenário no TSE do que com um eventual impeachment no Congresso.

Motivo: negociou cargos com o Centrão, e acredita no apoio do bloco de partidos se precisar de votos para sobreviver politicamente.

Porém, no Judiciário, a situação do presidente é menos confortável — não apenas pelas investigações abertas, mas por conta dos ataques e troca de farpas entre o presidente Bolsonaro e ministros do STF. Há quem defenda, nos bastidores do governo, acenar a um dos quatro integrantes do TSE que não faz parte do STF, com uma vaga na corte superior, em meio ao processo que vai julgar a chapa.

Em meio ao cenário de imprevisibilidade, “bombeiros” do Planalto foram escalados nas últimas semanas para conversar com integrantes do STF e do TSE, para acalmar os ânimos.

Mesmo com as conversas, o governo teme um desdobramento imprevisível no Judiciário, com o cruzamento do inquérito das fake news com as ações no TSE — que, nas palavras de um ministro do STF ouvido pelo blog, pode gerar “uma grande encrenca”se for compartilhado.

Fonte: G1

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