O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou a indicação do desembargador Carlos Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), para ocupar uma das vagas destinadas à Justiça Federal no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A nomeação deve ser publicada no Diário Oficial da União, reforçando o movimento do governo para preencher cargos estratégicos no Judiciário.
O STJ é composto por 33 ministros oriundos de diferentes segmentos da Justiça e do Ministério Público, e a indicação de Brandão já era esperada, pois seu nome era tido como favorito desde o início do processo. Ele contou com uma sólida articulação política e o apoio de figuras influentes, como o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques, também piauiense e aliado próximo. A proximidade com Nunes Marques, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2026, reforça o peso político dessa escolha.
Antes de assumir o cargo no STJ, Carlos Brandão precisará passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Se aprovado, seu nome será submetido ao plenário da Casa, onde precisará de maioria simples para ser confirmado como ministro.
Carlos Brandão está no TRF-1 desde 2011 e tem se destacado por sua atuação técnica em matérias administrativas e tributárias. É conhecido por manter uma postura discreta, ter um perfil técnico e conseguir boa articulação tanto no meio jurídico quanto político. Além de sua carreira na magistratura, Brandão também atua no meio acadêmico, possuindo mestrado em Direito e participação em cursos voltados à formação de magistrados.
A indicação faz parte de um conjunto mais amplo de nomeações que o governo Lula deve realizar para recompor tribunais superiores, em uma estratégia para influenciar o equilíbrio interno das cortes em temas de interesse do Executivo. Ainda está pendente a definição de outro nome para o STJ, desta vez destinado ao Ministério Público. Essa escolha, no entanto, vem sendo conduzida com cautela, devido a disputas internas entre os candidatos e ao impacto político que a decisão pode gerar.